Com campanha de financiamento
coletivo na viabilização, “Últimos
Deuses” foi publicado em 2018 de maneira independente, com roteiro e letras
de Eric Peleias (de “Até o Fim”) e Hiro Kawarara (de “O Bestiário Particular de
Parzifal”) na arte e cores. Os dois conduzem bem o trabalho, com destaque maior
para os planos e soluções visuais desenvolvidos por Hiro. A trama tem como
alicerce deuses antigos que já não são o que eram e se encontram sozinhos,
enfraquecidos e passando por perrengues que nunca imaginariam. Alguns deles
insatisfeitos com isso embarcam em uma missão nada nobre de acordar uma forte divindade
que lhes promete devolver o brilho de outrora, desde que lhe deem a chance de
se vingar de Odin. Mesmo que a premissa de deuses perdendo divindade não seja
tão original assim, a dupla criadora narra uma boa aventura em quadrinhos com
ação e alguns questionamentos, indicando uma possível sequência no final.
Nota: 6,0
Instagram dos autores:
Lançado em dezembro de 2018 na
CCXP, “Adagio” do Felipe Cagno (de
“The Few And Cursed”) tem 112 páginas em papel couché. A obra teve campanha de
financiamento coletivo, publicação posterior pela AVEC Editora e foi
incentivada pelo ProacSP. Com arte de Sara Prado e Bräo, cores da Natália Marques
e letras de Deyvison Manes, o roteiro mergulha de cabeça na ficção científica
em uma história que tem relevantes correlações com os caminhos que nossa
sociedade vem trilhando. Os fatos são ambientados em 2067 onde uma rede social
chamada Adagio toma conta do mundo. Nela, os usuários postam os sonhos e correm
desesperadamente atrás de interações sendo esse o entretenimento quase absoluto
dessa era. Kaya é uma das pessoas que buscam virar sucesso a qualquer custo,
mas quando isso acontece não é bem como ela pensava. Conversando sobre solidão,
futilidade social e vazio espiritual temos mais um ótimo trabalho nacional.
Nota: 8,0
Twitter do criador: https://twitter.com/Felipe_Cagno
Jeff Lemire é provavelmente o
maior nome dos quadrinhos da atualidade, conseguindo se destacar tanto com
heróis conhecidos como em trabalhos autorais. No Brasil, o autor aparece com
frequência nos últimos anos (e isso é excelente), sendo que “Gideon Falls - Volume 1: O Celeiro Negro”
é mais um exemplo disso. Sucesso nos EUA, o trabalho feito com Andrea
Sorrentino na arte - repetindo a parceria que brilhou em “O Velho Logan” - ainda conta com as cores do grande Dave
Stewart. Com 160 páginas, capa dura e publicação em 2018 pela Editora Mino o
trio apresenta uma trama de terror onde os fatos são apresentados sem muita
pressa, dando ao leitor aquela sensação tensa de suspense sobre o que virá.
Entrelaçando os destinos de um jovem com uma estranha mania e um padre que tem
a derrota como fiel amiga, apresentam uma história envolvente que só tende a
crescer mais.
P.S: O segundo volume será
publicado pela Mino mês que vem.
Nota: 8,5
E lá vamos nós de novo e outra
vez para mais um capítulo da saga de “Bone”
no Brasil (e que ao que tudo indica parece ser o final feliz). A obra-prima do
quadrinista Jeff Smith já foi publicada no Brasil pela Via Lettera e HQM
Editora, mas nunca de maneira completa. Agora a casa nacional dos primos Fone,
Phoney e Smile é a Todavia Livros que em 2018 lançou uma edição com as cores de
Steve Hamaker e 448 páginas reunindo os 20 primeiros números da série que
saíram nos EUA entre julho de 1991 e outubro de 1995. Vencedora de dezenas de
prêmios importantes, “Bone” é o tipo
de obra que agrada e emociona até mesmo quem não gosta de quadrinhos. A
aventura dos primos no misterioso Vale é repleta de ação, humor variado,
fantasia e tragicomédia enquanto apresenta personagens repletos de brilho e
criaturas pra lá de exóticas. Obra imprescindível.
P.S: A Todavia lançará o restante
da série em mais dois volumes.
Nota: 9,5
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