Bloodshot foi criado nos anos 90
por Kevin VanHook, Don Perlin e Bob Layton. Inserido no universo da Valiant Comics
é uma “arma” criada por um projeto privado que ao despejar vários nanites no
sangue o tornaram super-humano com diversos poderes como o da regeneração. “Bloodshoot
Renascido Vol. 1 – Colorado” que a editora Jambô publicou no final de 2018 com
144 páginas apresenta as cinco primeiras edições lançadas em 2015 nos EUA com
roteiro do Jeff Lemire e arte do Mico Suayan e Raúl Allén, trazendo o
personagem escondido em uma cidade pequena onde tenta levar uma vida normal
depois que os nanites saíram da corrente sanguínea. Lógico que isso não dura e
ele volta a caçada com toda a violência que tem direito. É um reinício mediano
comandado por Lemire que serve para quem não conhece e preparar para o filme do
ano que vem com Vin Diesel estrelando.
Nota: 6,0
Yorhán Araújo é carioca de Volta
Redonda e desde 2015 faz a tirinha “Devaneios com Sigmund e Freud” onde um
cachorro, um raposo, uma capivara e um gato muito diferentes entre si conversam
em poucos quadros sobre questões cotidianas, de comportamento e existenciais,
indo também para outras esferas de vez em quando. Com quase 500 mil seguidores
espalhados entre Facebook e Instagram o autor promoveu uma bem-sucedida
campanha de financiamento coletivo no ano passado para publicar a primeira
coletânea física do trabalho. O resultado foi “Devaneios: A Estrada Até Aqui” com 140 páginas que reúne conversas
humoradas sobre as nossas neuroses diárias e pequenos e simples prazeres da
vida como comer e dormir. A diferença das personalidades dos personagens é que
transforma a dinâmica em algo bacana, contrastando de modo interessante o
cachorro meio preguiçoso, o raposo intelectual, o gato mal-humorado e irônico e
a simpática e prestativa capivara.
Instagram: https://www.instagram.com/instadevaneios
Nota: 6,5
Daniel Clowes publicou na revista
Eightball entre os anos de 1989 e
1993 os 10 capítulos de “Como Uma Luva
de Veludo Moldada em Ferro” que a editora Nemo lançou aqui no ano passado
com tradução de Jin Anotsu e 144 páginas. A obra do conceituado autor de “Ghost
World”, “Wilson” e “Paciência” já tinha recebido uma edição nacional
anteriormente pela Conrad. Na trama, Clay Loudermilk assiste a um filme sado-masoquista
no cinema com uma ex-namorada como atriz, o que o deixa intrigado para saber
mais sobre a produção. Essa busca envolve o protagonista em situações estranhas
e bizarras ao extremo, com figuras excêntricas ao seu redor. Underground e
nonsense até a alma com o surrealismo ditando as ações sem qualquer tipo de pudor
ou controle, a obra até hoje é citada como influência por diversos autores no
meio dos quadrinhos alternativos e só por isso já vale a conferida.
Leia um trecho: https://grupoautentica.com.br/nemo/amostra/1666
Nota: 7,0
“Os Últimos Dias do Xerife” traz o quadrinista e músico paulista
Thiago Ossostortos se debruçando sobre o relacionamento com o pai seja no
decorrer da vida ou nos últimos momentos passados com ele antes do seu falecimento.
Bem diferente do clima de “Kombi 95” de 2017 que trazia o humor como carro-chefe,
o novo trabalho publicado de maneira independente por financiamento coletivo no
finalzinho de 2018 tem a contemplação e o lirismo como condutores de uma
história pautada por silêncios, pequenas brigas, diferenças de pensamento, mas
com o amor sempre por trás. Nas 200 páginas em preto e branco o autor analisa
uma relação que exibia poucos pontos em comuns com o pai como o gosto por
filmes e questiona a validade de tudo até ali. É uma obra poética que
encontrará identificação em vários e vários leitores com o poder de fazer
algumas lágrimas caírem no meio da leitura.
Instagram: https://www.instagram.com/ossostortos
Nota: 8,5
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