O encadernado “Os Defensores - Os Diamantes são eternos”
que a Panini Comics publica agora compila as edições de 1 a 5 lançadas nos EUA em
2017. Conta com roteiro do Brian Michael Bendis, arte do David Marquez e cores
do Justin Ponsor e foi concebido para aproveitar a série da Netflix que carrega
o mesmo nome. Na trama, Jessica Jones, Luke Cage, Punho de Ferro e Demolidor juntam
forças para derrotar o vilão Cascavel que ressurge poderoso e cheio de
artimanhas. Em meio a essa tarefa nada fácil como o início logo atesta, o
quarteto ainda tem que se preocupar com outras situações como o Justiceiro no seu
encalço. Utilizando parte do rol de personagens urbanos existentes em Nova
York, Bendis concebe uma aventura divertida, mas completamente esquecível logo
em seguida e bem abaixo do que ele é capaz.
Nota: 5,0
O que fazer quando os maiores
feitos ficaram em um passado distante e praticamente a única coisa que resta é
se arrastar sobrevivendo? Em “Starlight:
O Retorno de Duke McQueen” é isso que temos ao fundo da história à la Flash
Gordon desenvolvida por Mark Millar com arte de Goran Parlov que a Panini Books
lançou no final de 2017 com capa dura e 168 páginas. Originalmente publicada
nos EUA em 2014 pela Image Comics é mais um dos projetos que levam o selo
Millarworld e narra a história de um veterano que há 40 anos salvou todo um
planeta de um ditador cruel, mas na Terra só a falecida esposa acreditou. Até
os próprios filhos achavam loucura. Quando uma espaçonave para no jardim e o
chama novamente às armas nesse outro planeta, Duke revive e parte em uma
nostálgica aventura.
Nota: 6,0
Cris joga futebol em um dos
maiores clubes do Brasil. É o camisa 10, o craque, o cara. Tem vida de popstar e
presença constante na mídia. Mas, Cris guarda um segredo: ele é homossexual. Algo
que no mundo extremamente machista da bola é mais que um pecado, chega a ser um
crime. Quando um ex-namorado é assassinado a pressão explode e o faz revelar na
televisão que é gay, pedindo justiça. Com roteiro de Alvaro Campos e Alê Braga
e arte em preto e branco de Jean Diaz, “O
Outro Lado Da Bola” da Editora Record é daqueles trabalhos que já nascem
como fundamentais. Nas 216 páginas o trio mostra todo o preconceito enraizado
na cultura do esporte mais amado do país, como aproveita para tratar sobre a
sujeira e corrupção dos bastidores e outros temas tão fortes quanto esses.
Nota: 9,0
Imagine o nosso país daqui a
alguns poucos anos governado por um regime teocrático, com um grupo de
religiosos fundamentalistas na presidência ditando normas e leis e punindo todos
que quiserem ter algum tipo de liberdade? Hoje isso nem parece tão distante assim
e é o que torna “Teocrasília” do
Denis Mello mais assustador ainda. Utilizando de financiamento coletivo e com
publicação final pela editora Caligari, as 144 páginas dessa história trazem
uma distopia plenamente possível pelos caminhos que o país toma. O autor
mergulha fundo no trabalho e desde 2017 gera obras auxiliares para dar mais
expansão a esse universo. Mescla fatos reais com imaginação futura em um traço
que consegue ir do suave ao feroz de acordo com o que roteiro pede. Trabalho espetacular
que abre mais os olhos para o cenário que nos espreita logo ali depois da
esquina.
Site do autor: http://www.denismello.com/teocrasilia
Nota: 9,0