A Panini publicou esse ano por
aqui a parceira do Mark Millar (de “Kick-Ass”) com o gaúcho Rafael Albuquerque
(de “Vampiro Americano”) originalmente lançada pela Image Comics entre novembro
de 2015 e abril de 2016. “Huck”
(nada a ver com o apresentador mala da tevê) é um cara grandão, simplório e
ingênuo com um coração do tamanho do mundo. Dotado de vários poderes vive
ajudando os moradores da pequena cidade em que mora. Seus dons são um segredo
guardado pelos habitantes por anos, até ocorrer um vazamento que levará o
protagonista a uma aventura clássica em busca das origens e de derrotar um
poderoso cientista e suas crias. Com 164 páginas e capa dura, “Huck” é um trabalho leve, agradável de
ler, onde Mark Millar homenageia o Superman e para tanto conta com a arte sempre
impecável de Rafael Albuquerque.
Nota: 6,0
Para quem gosta de fantasia
medieval e histórias de capas e espadas, “Orks”
é uma obra que agrada perfeitamente. Com roteiro de Nicolas Tackian e arte de
Nicolas Guénet, a edição de luxo foi publicada esse ano pela linha “Gold
Edition” da Mythos Books com capa dura, 116 páginas e formato grande (23,4cm x
32,3cm). Com arte cheia de detalhes e tendo as cores com parte fundamental da
engrenagem, o roteiro inverte um pouco a maneira que estamos habituados a ver
os seres que transitam pela história como elfos, anões, homens, feiticeiras e, lógico,
os Orks. Na trama que envolve magia e várias maquinações sombrias temos uma
guerra entre os povos com aliados improváveis, enquanto devastação e morte se
apresentam em demasia. Sem muitas concessões ou salvamentos improváveis, “Orks” apresenta vários méritos e
alguma novidade dentro de um estilo tão explorado.
Nota: 7,0
Eis que finalmente o projeto
Graphic MSP trouxe para as bancas um dos personagens mais queridos do cardápio
do Mauricio de Sousa: o Horácio. O pequeno, vegetariano e bondoso Tiranossauro
que despeja reflexões enquanto sobrevive em meio a um mundo onde os fortes
mandam, talvez seja a criação mais interessante do autor. Seu xodó, foi deixado
de propósito para mais adiante até achar o nome ideal. Isso veio através do
santista Fabio Coala. O quadrinhista já expunha em seus trabalhos algo parecido
com a pegada do personagem e casou perfeitamente. “Horácio – Mãe” é sobre se sentir sozinho, sobre obstinação, sobre
amizade, sobre superar obstáculos. Enquanto procura a mãe que nunca conheceu o
miúdo dinossauro precisa ter mais coragem que nunca para encarar todas as
descobertas a que é apresentado, enquanto joga aqui e ali alguma pitada sobre a
vida.
Site do autor: http://mentirinhas.com.br
Nota: 7,0
John Lewis foi uma das principais
figuras no processo de conquista dos direitos civis para os negros nos EUA e se
manteve como um farol de competência na luta pela igualdade e justiça dos anos
60 até hoje. Com Andrew Yadin e o quadrinhista Nate Powell concebeu “A Marcha”, primeira série em
quadrinhos a vencer o prestigiado National Book Award. O volume inicial saiu esse ano pela editora
Nemo com 128 páginas e tradução do Érico Assis. Começando em 20 de janeiro de
2009 na posse de Barack Obama, o roteiro volta no tempo para contar o
crescimento do congressista até chegar ao início da briga (pacífica ou não)
contra um sistema estúpido e imoral de segregação racial. Uma história poderosa,
mais que necessária para os dias tão sombrios em que vivemos e que serve como
fonte de inspiração.
Site oficial do John Lewis: https://johnlewis.house.gov
Nota: 9,5
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