No novo romance chamado “O Orangotango Marxista”, Marcelo
Rubens Paiva mistura crítica social e política com humor irônico e funcional. O
livro com 112 páginas teve lançamento esse ano pelo selo Alfaguara da Companhia
das Letras. O peculiar personagem principal chegou ainda criança em São Paulo
capturado na selva africana e transportado para a vida no cativeiro dentro de
um laboratório de pesquisa. Com inteligência elevada aprende a linguagem de sinais
com Kátia, a pesquisadora que lida diretamente e até que é feliz. Contudo em um
arroubo de ciúme nada convencional é expulso do laboratório e enviado a um
zoológico onde precisa aprender a sobreviver e começa a bolar um plano para
destroçar a humanidade e os moldes da nossa sociedade. Nesse projeto esboçado
de revolução, Fidel (esse é nome do orangotango) aguça mais ainda a
inteligência e ao ler mais e mais despeja curiosas considerações sobre
religião, luta de classes e estruturação comportamental, divertindo o leitor
nessa briga imaginária.
Leia um trecho: https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/28000521.pdf
Nota: 6,0
A pacata cidade de Flint City nos
EUA não será a mesma depois que uma criança de onze anos é encontrada
assassinada no parque com crueldade inimaginável até para mentes sórdidas.
Todos as pistas apontam para o professor Terry Maitland, uma das figuras mais queridas
e conhecidas do local e quando a polícia encabeçada pelo detetive Ralph
Anderson ordena a prisão na frente de todos a cidade entra em estado de choque
e revolta. Todavia, conforme o caso avança parece que a coisa não era bem
assim. Ou será que era? É em cima dessa dúvida que se desenvolve a parte
inicial de “Outsider” (The Outsider, no original) publicado
esse ano pela Companhia das Letras com 528 páginas e tradução de Regiane
Winarski. A partir disso surge com maior intensidade novos e estranhos dados na
trama policial permitindo a Stephen King desenvolver toda sua habilidade como
em obras mais antigas, prendendo o leitor como poucos sabem fazer. Mestre é
mestre.
Leia um trecho:https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/28000530.pdf
Nota: 7,5
“O Simpatizante” (The
Sympathizer, no original) - livro de estreia de Viet Thanh Nguyen - ganhou
o prêmio Pulitzer de ficção de 2016, o que é um senhor cartão de visitas,
convenhamos. A obra foi publicada aqui ano passado pelo selo Alfaguara da
Companhia das Letras com 392 páginas e tradução de Cássio de Arantes Leite. Thriller
político de espionagem traz uma visão dura e fora dos padrões que vimos no
decorrer dos anos sobre a guerra do Vietnã, indo tanto de situações de antes
dos EUA adotarem o conflito, passando pelo conflito em si e culminando no
depois dos exilados fora do país, como também na luta pela sobrevivência de
cultura e costumes. O protagonista é um agente duplo vietnamita que dentro do
exército do Vietnã do Sul junto com os ianques repassa informação para o outro
lado onde reside na verdade seus ideais e coração. É um personagem fascinante
que brilha em uma história vigorosa e com tons de épico.
Leia um trecho: https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/28000405.pdf
Nota: 9,0
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