Chegou a hora dos irmãos Cafaggi
se despedirem (pelo menos por enquanto) da Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali.
Depois de presentearem velhos e novos fãs com “Laços” e “Lições” no projeto
Graphic MSP é a vez do último “L” aparecer e encerrar a trilogia. Lançado no
final de 2017 pela Panini Comics com 100 páginas, “Lembranças” apresenta a turminha já se deparando com situações como
convívio social, namoricos e aceitação entre os pares, onde a amizade é
novamente a força condutora para solucionar os desafios que surgem. Entre a
construção de uma nova casa da árvore e a ansiedade e esforço para ir em uma
festa daquelas imperdíveis, os autores utilizam personagens do vasto universo
criado por Mauricio de Sousa e deixam pelo caminho diversas referências para serem
descobertas calmamente. Com o mesmo tom geral das edições anteriores e a arte novamente
sendo um dos pontos fortes, “Lembranças”
fica aquém dos antecessores. A história que foca em questões corriqueiras do
crescimento das crianças, infelizmente não prende tanto quanto das outras vezes
e parece que falta algo que dê aquele charme maior. Não chega a ser ruim, longe
disso, mas os Cafaggi acostumaram a se esperar sempre algo mais deles.
Nota: 6,0
“Os Contos do Planta” de 2015 chamou
a atenção logo de entrada pela exuberante capa animada em 3D. O personagem era
uma planta que queria mais da vida e com a ajuda de um cientista consegue isso
com um corpo projetado para suas aventuras. A obra do escritor e ilustrador
curitibano Gustavo Ravaglio era um campo fértil para metáforas sobre a vida
real e convencia bastante. Em 2017 ele partiu em uma desafiadora missão e o
resultado foi “O Planta – Um Bípede
Entre Plantas” que contou com o apoio de financiamento coletivo além de
incentivo cultural governamental. O zelo pela apresentação da edição está ainda
mais forte, em capa dura com tintas douradas as 178 páginas estão contidas em
papel de textura especial, entre outros luxos. Todavia, isso por si só não se
sustentaria caso o roteiro não fosse divertido e interessante, o que também é.
O protagonista se perde em outro universo e tem que lidar com as mais estranhas
figuras para voltar para casa. No decorrer disso - e sem ser piegas o que é
mais importante - se amplificam os questionamentos embutidos e as alegorias que
estão escondidas ali no meio dessa jornada com tons de fantasia e ficção
científica.
Nota: 8,0
A DC Comics possui os direitos
sobre os personagens clássicos da Hanna-Barbera que embalaram a infância de
tantas pessoas então a empresa resolveu conceber novas histórias em quadrinhos
desses personagens fazendo algo como um reboot.
O primeiro desses trabalhos foi “Future
Quest” que saiu aqui em duas edições da Panini Books no ano passado. Essas
edições reúnem em 336 páginas no total o ano completo publicado nos EUA entre
julho de 2016 e julho de 2017 em doze revistas. Com roteiro a cargo de Jeff
Parker (Shazam!) temos uma história que além de ter muita nostalgia e
saudosismo embutidos, consegue a proeza de ir além e faz a aventura valer mesmo
para quem nunca ouviu falar de Space Ghost, Jonny Quest, Mightor,
Homem-Pássaro, Herculóides e Os Impossíveis. A turma da ficção científica da
Hanna-Barbera é convocada para cuidar do OMNIKRON, uma entidade poderosa que
tem como intuito destruir o mundo. Mesmo usando uma premissa tão clichê em
revistas de super-heróis, Jeff Parker consegue criar algo saboroso e viciante.
A arte de Evan Shaner, Steve Rude e Ron Randall e mais Steve Lieber e Ariel
Olivetti completam esse quadro em um dos trabalhos mais divertidos que a DC
colocou no mercado nos últimos anos.
Nota: 8,5
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