Com o bonito e
sutil “O Chinês Americano”, Gene Luen Yang ganhou prêmios (como o Eisner) e
elogios onde a obra foi publicada. Coube a ele elaborar o roteiro do Superman
chinês, projeto da DC voltado diretamente para o desejado mercado do país. O
resultado disso podemos conferir em “Novo
Super-Man – Volume 1” com 140 páginas que reúne as seis primeiras edições
lançadas originalmente entre setembro de 2016 e fevereiro de 2017. Com a arte
de Viktor Bogdanovic (Batman: Arkham Knight) trata-se de uma história de
origem, onde o jovem arruaceiro Kong Kenan entra em um projeto secreto no qual
ganha os poderes do homem de aço, como também passa a fazer parte de uma versão
chinesa da Liga da Justiça. O roteiro construído por Luen Yang apresenta bom
humor e pelo tom jovial conquistou o público adolescente, além, é lógico, do
mercado que a DC visava desde o início. Contudo em termos gerais, a trama não
apresenta nenhum elemento de destaque ou qualquer outra qualidade. É leitura
rápida, sem muita inspiração e que serve somente para passar o tempo em dias
com poucas opções. Caberá ao tempo mostrar se esse novo Superman será algo mais
que isso.
Pessoas com
superpoderes já tiveram abordagens diversas dentro dos quadrinhos. Centenas de
facetas já foram exploradas em todos esses anos, contudo a dupla Rob Williams
(roteiro) e Simon Coleby (arte) criou algo dentro desse cenário com uma leve
diferença. “A Realeza - Mestres da
Guerra” que a Panini publica agora no Brasil em um encadernado de 148
páginas, compila as edições de 1 a 6 da minissérie do selo Vertigo da DC.
Ambientada na segunda guerra mundial e usando esta como pano de fundo histórico
mostra as conversas entre as grandes nações e como elas se envolveram no
conflito partindo da ação de um príncipe britânico. Na história todas as
famílias reais do mundo dispõem em suas fileiras de membros com os mais
diversos poderes, o que justifica o domínio dessas casas em seus países. Quando
o pacto de não envolvimento dos poderes na guerra é interrompido pela já citada
ação do príncipe, a guerra se torna muito mais sangrenta do que poderia ser e
envereda por caminhos inesperados. Com tons escuros ressaltados pelas cores
fortes de J.D Mettler temos uma história de heroísmo, traição, conspiração e
nobreza, que agrada em cheio a quem gosta de fatos históricos.
Nota: 7,0
“Wytches” reúne um timaço. Roteiro de Scott
Snyder (Batman), arte de Jock (Os Perdedores) e cores de Matt Hollingsworth
(Preacher) em um trabalho que começou a ser publicado sem pretensão de
conquistar muitos fãs e acabou tendo uma repercussão bem maior do que fora
imaginado. A Darkside Books dentro do selo especial dedicado aos quadrinhos que
criou, publica no Brasil a obra pela primeira vez em uma caprichadíssima edição
de capa dura, com 192 páginas, tradução de Érico Assis e diversos extras. A
compilação apresenta ao público brazuca as seis primeiras edições de uma
história que tem o terror como condutor em uma versão de bruxas radicalmente
diferente daquela conhecida. Gira em torno da família Rook que se muda para uma
pequenina cidade do estado de New Hampshire nos EUA para escapar de
acontecimentos estranhos, o que de nada adianta, pois na floresta em volta da
cidade há um mal secular que se retroalimenta de medo e covardia. O roteiro
conduzido por Snyder é preciso e direto o que dá espaço para a arte e as cores
brilharem em um processo de criação com resultado final esmagador. “Wytches” é daqueles quadrinhos que
fogem do convencional, mas sem ir ao experimentalismo total mostram poder e
apelo de conquista e envolvimento.
Nota: 8,5
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