Charlize
Theron é daquelas atrizes que não importa o tipo de papel que desenvolva, sempre
teremos um trabalho de qualidade onde ela se dedicará com muito afinco a
personagem. Isso não foi diferente em “Atômica”
(Atomic Blonde, no original) que
estreia agora nos nossos cinemas. Filme de ação ambientado no fim dos anos 80
traz a sul-africana lindíssima e sensual como de costume distribuindo socos e
pontapés como uma agente secreta britânica na Alemanha embalada por músicas da
época de nomes como Depeche Mode, New Order, Queen e David Bowie, The Clash, Eurythimics e
George Michael. Aliás, a trilha faz muita diferença na película. Espécie de projeto
pessoal da atriz, desenvolvido por meio da sua empresa de produção, o longa é
uma adaptação da HQ “The Coldest City” de Anthony Johnston e Sam Hart dirigida
com ferocidade e humor pelo ex-dublê e diretor de “John Wick”, David Leitch. Quando
um agente britânico é assassinado em Berlim, Lorraine Broughton (Charlize
Theron) é designada para descobrir o que houve e recuperar uma lista que
contêm o nome de diversos agentes disfarçados e que não pode cair em mãos
erradas. Ok, nada muito original, tudo bem, mas estamos em plena guerra fria e
o muro que divide a Alemanha está prestes a sucumbir, o que faz com
que não se preste muita atenção a isso. Chegando lá ela encontra David Percival
(um ótimo James McAvoy), agente há muito residente na cidade e cheio de manias,
que em teoria deverá lhe ajudar. Com elenco que conta ainda com Toby Jones,
John Goodman e a estonteante Sofia Boutella, “Atômica” brilha junto com sua protagonista, mostrando que Charlize
Theron sempre pode muito, mas muito mais, que o digam as vastas e incríveis
cenas de ação que ela participa e que lhe renderam contusões e dentes quebrados
nas gravações. Que mulher, que mulher.
Quando “Planeta
dos Macacos: A Origem” saiu em 2011 não se esperava que uma trilogia de nível
tão alto viesse pela frente, verdade seja dita. O primeiro longa dirigido por
Rupert Wyatt que contava a origem de César (Andy Serkis), no entanto, era tão
bom que deixou as expectativas em cima. Expectativas que se confirmaram em “Planeta
dos Macacos: O Confronto” de 2014 já com o diretor Matt Reeves no comando e que
agora em 2017 com “Planeta dos Macacos:
A Guerra” (War Of The Planet Of Apes)
fecha com a chamada chave de ouro. O último capítulo da trajetória dos macacos
para o comando da terra e de como os humanos sucumbiram como espécie dominante
é aquele onde as analogias e metáforas se fazem mais fortes e tem mais peso
devido ao conturbado momento em que vivemos no mundo, onde velhas e estúpidas
ideologias ganham novamente voz e os sentimentos mais destrutivos da humanidade
se projetam em redes sociais e em ruas de vários países. Na trama derradeira,
César (Andy Serkis, novamente) busca um novo local para levar seu povo quando
vê a esposa e o filho assassinados pelo Coronel (Woody Harrelson). A vingança
invade a mente e com alguns escudeiros ele parte para o troco encontrando no
caminho o engraçado macaco Bad Ape (Steve Zahn) e a criança Nova (Amiah Miller)
que carrega outra variação do vírus símio. Com a tecnologia de captação de
movimentos mais avançada a interação dos macacos é ainda mais crível e os efeitos
especiais são um show à parte. Todavia, as cenas de ação de “Planeta dos Macacos: A Guerra” não são
o ponto principal da obra, apesar do destaque. Esse ponto reside no trato entre
humanos e macacos, relembrando as páginas mais tristes da história, como também
no fato de que não há mocinhos, todos, inclusive aqueles com intenções mais
nobres, estão dispostos a atos vis para a sobrevivência da espécie, o que faz o
filme ir muito além do que propõe inicialmente.
Nota: 9,0
Assista a trailers legendados:
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