Tudo corre
mais ou menos dentro da normalidade em uma pequena e tradicional cidade do
estado do Maine nos EUA. O espectador é apresentado a alguns personagens e a um
pouco do cotidiano, quando no dia seguinte conhece o fato que a jovem Alex (Gus
Birney), filha do casal Kevin (Morgan Spector) e Eve (Alyssa Sutherland) foi
estuprada em uma festa na noite anterior, sendo que seu melhor amigo Adrian Garf
(Russell Posner) afirma que o culpado é o capitão do time de futebol da escola
e filho do xerife local, Jay Heisel (Luke Cosgrove). Enquanto o fato começa a
ser apurado e as tensões se espalham, uma forte e dura névoa cobre a cidade. O
que a princípio é visto como uma alteração climática, se altera e ganha transtornos
dramáticos e sobrenaturais. Assim temos “O
Nevoeiro” (The Mist, no original),
série com 10 episódios na primeira temporada, disponibilizada agora em agosto
no Netflix. É baseada em um conto de mesmo nome de Stephen King publicado pela
primeira vez em 1980 e que já tinha virado filme em 2007 pelas mãos do diretor
Frank Darabont. Nesta nova adaptação o criador é Christian Torperf (de “Rita”)
que insere modificações ao texto original, mas mantêm a essência da obra. Com o
fenômeno alastrado e angariando vítimas em sequência os habitantes passam a
ficar em lugares fechados (como um shopping) o que não demora a suscitar
conflitos internos. Junto a essa guerra de sobrevivência contra si mesmos e o
terror desconhecido que espreita fora das portas fechadas, a série investe em
uma trama paralela forte (a do estupro) e adiciona nas entrelinhas discussões
sobre racismo, xenofobia e misoginia, que se mostram tão interessantes quanto o
medo do fantástico. Se as atuações fossem melhores e não tão comuns o resultado final seria até mais empolgante.
Nota: 7,0
Dia 18 de agosto
a Netflix disponibilizou a primeira temporada de “Os Defensores” na plataforma, estancando a ansiedade sobre como
seria essa reunião dos heróis já mostrados em séries individuais. Grande aposta
da Marvel com o canal de streaming, estão lá inseridos Demolidor (Charlie Cox),
Jessica Jones (Krysten Ritter), Luke Cage (Mike Colter) e Danny Rand (Finn
Jones), em conjunto com parte do elenco de apoio de cada um. O nome “Os Defensores”, na origem dos
quadrinhos, começou nos anos 70 com uma equipe completamente maluca formada por
nomes díspares e individualistas (Hulk, Dr. Estranho, Namor e Surfista Prateado,
por exemplo). Nessa nova versão do nome que já ganhou transposição para os
quadrinhos pelas mãos do craque Brian Michael Bendis, o grupo engloba uma
roupagem mais urbana e menos fantástica, porém ainda com essa pegada individual
dos integrantes. Concebida pela dupla Douglas Petrie e Marco Ramirez
responsável pela controversa (e fraca) segunda temporada de “Demolidor”, o
primeiro acerto fica por conta da quantidade de episódios, usando 8 ao invés de
13, o que não deixa as coisas ficarem maçantes. Para unir esses elos em um
único objetivo, usa-se Claire Temple (Rosario Dawson) e adiciona-se como
antagonista principal a sempre misteriosa associação do Tentáculo, representada
pela enigmática Alexandra (Sigourney Weaver) que aos poucos abre os objetivos
pretendidos. “Os Defensores” agrada,
mas no placar geral fica aquém das empreitadas solo de Jessica Jones e Luke
Cage na telinha. Conta com a reabilitação da personagem de Elodie Young como
Elektra Natchios em atuação bem superior à que vimos antes, entretanto esbarra nas
dezenas de dúvidas que continuam permeando o Demolidor e no desempenho
novamente sofrível de Finn Jones como Punho de Ferro, o que só se agrava se
levarmos em conta que ele é uma espécie de centro onde a trama gira.
Nota: 7,5
Assista aos
trailers legendados:
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