sexta-feira, 14 de julho de 2017

Quadrinhos: “Agentes da S.H.I.E.L.D: Tiro Perfeito” e “O Xerife da Babilônia: Bang. Bang. Bang”


A série de televisão “Agents of S.H.I.E.L.D.” começou como uma boa promessa, porém patinou bastante na primeira temporada sem saber muito bem qual sua função e só se consolidou a partir da metade do segundo ano em ótima pedida para os fãs dos quadrinhos, como também neófitos desse universo conquistados pelo sucesso dos filmes da Marvel. Já com a quarta temporada finalizada (e uma quinta virá), a empresa resolveu transportar para os quadrinhos o clima de aventura e descontração da tevê, assim como vincular ainda mais os personagens com seu mundo. “Agentes da S.H.I.E.L.D: Tiro Perfeito” compila as seis primeiras edições desse projeto publicadas nos EUA de fevereiro a julho de 2015. Com 148 páginas e capa dura, a Panini Comics disponibiliza esse material agora em 2017. Todas têm o roteiro do experiente Mark Waid (Demolidor, Capitão América) e a cada trama um novo artista conceituado assume os desenhos. Estão presentes nesse volume nomes como Carlos Pacheco, Humberto Ramos, Mike Choi, Paul Renaud e os grandes Alan Davis e Chris Sprouse. Cada número é uma aventura fechada, mas que servem ali na surdina para um arco maior que praticamente se completa no próprio encadernado. Nos deparamos novamente (para quem viu a série e funciona melhor para estes) com Phil Coulson e a equipe composta por Melinda May e o casal Fitz-Simmons (nomes como Ward e Skye ficam fora). Para melhorar o elenco de apoio é vigoroso e traz Homem-Aranha, Miss Marvel, Sue Richards, Heimdall, Feiticeira Escarlate, Cavaleiro Negro e Valquíria. Nessas novas aventuras da Superintendência Humana de Intervenções Estratégicas, Logística e Defesa sai o tom soturno e cheio de conspirações da era Nick Fury e aparece o entretenimento puro e simples como guia, com inspiradas cenas de ação mescladas com boas piadas resultando em entretenimento leve e descompromissado.

Nota: 6,0 


Após tirar Saddam Hussein do poder em 2003, os EUA assumiram o controle do Iraque – principalmente Bagdá – e começaram uma espécie de transposição de poder para um novo governo. A guerra forjada pelo presidente George H. Bush e seus aliados foi montada em cima de falsas alegações, mentiras e pretextos escusos, contudo serviu para tirar do poder um ditador tirânico e sanguinário, com muito sangue nas mãos. Nesse cenário pós-derrubada, repleto de caos é que se ambienta “O Xerife da Babilônia: Bang. Bang. Bang” que a Panini Comics publica esse ano aqui em um encadernado de 162 páginas com capa cartonada. Esse primeiro volume reúne as edições originais de 1 a 6 oriundas de fevereiro a julho de 2016, contando com extras como o processo de criação da arte de uma página. O personagem principal é o ex-policial Christopher Henry que para treinar a nova força de segurança iraquiana está no país recebendo valores consideráveis. Quando um de seus recrutas aparece morto na rua, ele tenta solucionar o caso movido não se sabe por qual senso de justiça. Nesse processo entram em cena Sofia, uma integrante do novo governo, e o ex-detetive Nassir, um agente fiel a Saddam anteriormente. É essa busca que movimenta a trama criada por Tom King (Batman) e com arte e cores de Mitch Gerads (Justiceiro). O roteirista conhece bem o que descreve pois trabalhou no país como agente da CIA e isso enxerta nuances mais reais, assim como os cenários feitos de maneira cuidadosa que visam aproximar o máximo possível a ficção da realidade, tendo no uso das cores um grande mérito. “O Xerife da Babilônia” exibe como atrativo, além da autenticidade já comentada, um roteiro que deixa os personagens principais cheios de desejos ocultos, o que adiciona a cada página lida uma boa gama de suspense e expectativa para o que virá na sequência. Vale a pena ir atrás.

Nota: 7,0 



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