A série de televisão “Agents of
S.H.I.E.L.D.” começou como uma boa promessa, porém patinou bastante na primeira
temporada sem saber muito bem qual sua função e só se consolidou a partir da metade
do segundo ano em ótima pedida para os fãs dos quadrinhos, como também neófitos
desse universo conquistados pelo sucesso dos filmes da Marvel. Já com a quarta
temporada finalizada (e uma quinta virá), a empresa resolveu transportar para
os quadrinhos o clima de aventura e descontração da tevê, assim como vincular
ainda mais os personagens com seu mundo. “Agentes
da S.H.I.E.L.D: Tiro Perfeito” compila as seis primeiras edições desse
projeto publicadas nos EUA de fevereiro a julho de 2015. Com 148 páginas e capa
dura, a Panini Comics disponibiliza esse material agora em 2017. Todas têm o
roteiro do experiente Mark Waid (Demolidor, Capitão América) e a cada trama um novo
artista conceituado assume os desenhos. Estão presentes nesse volume nomes como
Carlos Pacheco, Humberto Ramos, Mike Choi, Paul Renaud e os grandes Alan Davis
e Chris Sprouse. Cada número é uma aventura fechada, mas que servem ali na
surdina para um arco maior que praticamente se completa no próprio encadernado.
Nos deparamos novamente (para quem viu a série e funciona melhor para estes) com
Phil Coulson e a equipe composta por Melinda May e o casal Fitz-Simmons (nomes
como Ward e Skye ficam fora). Para melhorar o elenco de apoio é vigoroso e traz
Homem-Aranha, Miss Marvel, Sue Richards, Heimdall, Feiticeira Escarlate,
Cavaleiro Negro e Valquíria. Nessas novas aventuras da Superintendência Humana
de Intervenções Estratégicas, Logística e Defesa sai o tom soturno e cheio de
conspirações da era Nick Fury e aparece o entretenimento puro e simples como
guia, com inspiradas cenas de ação mescladas com boas piadas resultando em entretenimento
leve e descompromissado.
Nota: 6,0
Após tirar Saddam Hussein do
poder em 2003, os EUA assumiram o controle do Iraque – principalmente Bagdá – e
começaram uma espécie de transposição de poder para um novo governo. A guerra forjada pelo presidente George H. Bush e seus aliados foi montada em cima de falsas
alegações, mentiras e pretextos escusos, contudo serviu para tirar do poder um
ditador tirânico e sanguinário, com muito sangue nas mãos. Nesse cenário pós-derrubada,
repleto de caos é que se ambienta “O
Xerife da Babilônia: Bang. Bang. Bang” que a Panini Comics publica esse ano
aqui em um encadernado de 162 páginas com capa cartonada. Esse primeiro volume
reúne as edições originais de 1 a 6 oriundas de fevereiro a julho de 2016,
contando com extras como o processo de criação da arte de uma página. O
personagem principal é o ex-policial Christopher Henry que para treinar a nova
força de segurança iraquiana está no país recebendo valores consideráveis.
Quando um de seus recrutas aparece morto na rua, ele tenta solucionar o caso
movido não se sabe por qual senso de justiça. Nesse processo entram em cena
Sofia, uma integrante do novo governo, e o ex-detetive Nassir, um agente fiel a
Saddam anteriormente. É essa busca que movimenta a trama criada por Tom King
(Batman) e com arte e cores de Mitch Gerads (Justiceiro). O roteirista conhece
bem o que descreve pois trabalhou no país como agente da CIA e isso enxerta
nuances mais reais, assim como os cenários feitos de maneira cuidadosa que
visam aproximar o máximo possível a ficção da realidade, tendo no uso das cores
um grande mérito. “O Xerife da
Babilônia” exibe como atrativo, além da autenticidade já comentada, um
roteiro que deixa os personagens principais cheios de desejos ocultos, o que
adiciona a cada página lida uma boa gama de suspense e expectativa para o que
virá na sequência. Vale a pena ir atrás.
Nota: 7,0
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