Mantendo o
plano traçado já há algum tempo a Marvel faz novas revistas a partir do ponto
em que seus personagens ganham adaptações para o cinema ou televisão. Personagens
até então sem muito chance de encabeçar uma publicação, reaparecem por conta
disso. A dupla Luke Cage e Punho de Ferro é mais um exemplo da diretriz, por conta
das séries do Netflix. A Panini Comics coloca no mercado nacional um volume com
116 páginas contendo as edições de 1 a 5 de “Power Man and Iron First” impresso nos EUA entre abril e maio de
2016. Nesta nova incursão da dupla o roteiro ficou com David F. Walker (Liga da
Justiça) e a arte com Sanford Greene (Deadpool). O estilo escolhido pela dupla
e pela empresa para essa viagem corrente foi extremamente leve, ambientando na
mesma seara dos personagens mais engraçadinhos da editora. Fica óbvio e latente
o desejo de agregar um público mais jovem, o que por si só sempre é louvável
para revigorar antigas ideias, no entanto é de se esperar que a qualidade venha
junto com esse desejo. O roteiro é repleto de piadas e tiradas “engraçadas”,
que funcionam verdadeiramente poucas vezes, mas consegue respeitar a história
da dupla e os eventos em que estiveram inseridos nos últimos anos, o que é um
alento. A arte, por sua vez, opta por ser mais cartunesca, caricata, com destaque
para expressões faciais espirituosas, o que convenhamos não funciona bem. Como
o título já denuncia, “Luke Cage e Punho
de Ferro – Edição 1 – Eles Voltaram”, trata da dupla trabalhando nos tempos
dos Heróis de Aluguel, a princípio para ajudar uma ex-secretária que acaba de
sair da cadeia. Com envolvimento de nomes conhecidos e muita magia no meio, esse
início é fraco e só rende bons momentos no fim com a trapalhada que envolve acidentes
e um programa de rádio, nada além disso.
Nota: 4,0
O Esquadrão
Amazônia foi criado e utilizado como peça promocional no início dos anos 2000
para uma empresa de telefonia da região norte por Joe Bennett, hoje um
experiente artista da Marvel e DC. O quadrinhista já espalhou talento por revistas
como Homem-Aranha e Vingadores, entre tantas outras. Bennett é paraense, assim
como Alan Yango criador do poderoso Maximus, que vem publicando com a regularidade
que é possível. Os dois decidiram reviver a ideia de um grupo de super-heróis
oriundos da Amazônia e lançaram o projeto para financiamento coletivo, sendo
que o primeiro número dessa jornada inicial foi lançado oficialmente no final
de 2016. “Esquadrão Amazônia” tem
roteiro dividido pela dupla e arte de Bennett com auxílio de Alan Patrick. O
resultado em 46 páginas aponta para uma equipe de indivíduos com relação direta
com o norte que levam nomes como Açu, Jurema, Búfalo, Onça, Sucuri, Iara e Aruã.
Para forjar os poderes são utilizados mitos, tradições, lendas e folclores, um
mundo vasto e poderoso nesse sentido. Com a inserção do Maximus na edição,
pensa-se mais além ainda, na ambição de um universo próprio compartilhado por
todos. A trama de origem em si, a exemplo de outras equipes famosas nos quadrinhos,
é simples e funcional. Para deter uma grande ameaça (alienígena, no caso aqui),
vários indivíduos com dons e habilidades se reúnem para evitar o caos e
destruição. Se isso não apresenta nada de muito novo, planta, porém, a semente
para histórias mais elaboradas no futuro. A arte merece destaque não somente
pelo traço habilidoso de Bennett, como também por retratar no cenário e nos
coadjuvantes a cidade de Belém e suas peculiaridades, assim como as da região.
É inegável o apelo que “Esquadrão
Amazônia” estampa nessa ressuscitada, tanto para o quadrinho nacional,
quanto pela expansão do mercado e fica a torcida para que como está escrito na
contracapa a aventura esteja realmente apenas começando.
Nota: 7,5
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