Depois do insucesso do projeto triplo
que envolveu os discos ¡Uno!, ¡Dos! e ¡Tré! lançados entre
setembro e dezembro de 2012, Billie Joe Armstrong, Tré Cool e Mike Dirnt
retornam em 2016 com “Revolution Radio”.
Novamente distribuído pela Reprise Records, o trio deixou o velho amigo e
produto Rob Cavallo e fez tudo sozinho no disco. O resultado é um álbum cru,
sem grandes invencionices, que aponta para os primeiros registros sem esquecer
coisas posteriores como o “American Idiot” de 2004, o que é normal para uma
banda com os anos de vida que o Green Day ostenta. A banda nunca foi de deixar problemas
atuais ficarem longe das músicas e isso novamente aparece como na enérgica faixa-título
e em “Troubled Times” (e vem se alongando ao vivo devido ao momento ainda mais
crítico do país). Os 44 minutos de “Revolution
Radio” não exibem nenhuma canção estupenda e as que ficam mais próximas
disso são o primeiro single “Bang Bang”, com as paradas características do
grupo, e a pra cima “Youngblood”, mas pode ser entendido como um disco de
transição, com o trio novamente tomando as rédeas da carreira, saindo em turnê,
sentido em prazer em tocar. O grande problema do Green Day e isso vêm desde o
já citado “American Idiot” de 2004 é querer se alinhar entre o punk e o rock
mais de arena, o que gerou bons trabalhos, mas tudo indica ter chegado a um
limite de saturação. Isso fica claro em faixas como “Somewhere Now”, “Outlaws” e
“Still Breathing”. Já que a banda pensou nesse “Revolution Radio” como uma retomada de origens (e é isso mesmo
algumas vezes), seria interessante no futuro retomar com tudo para esse caminho,
pois aparenta ainda ter fôlego para tanto, basta só deixar de vez de lado as
pretensões construídas em outro momento da carreira. A conferir.
Nota:
6,0
Banda essencial do punk rock e
influência para diversos grupos, os californianos do Descendents voltaram em
2016 com um novo registro chamado “Hypercaffium
Spazzinate”. A banda que não gravava nada desde 2004 com o bom “Cool To Be
You” retorna com um álbum que rememora seus melhores momentos. Lançado pela
gravadora Epitaph apresenta 16 músicas na versão principal e mais 5 em uma versão
deluxe que ao invés de ser apenas uma encheção de linguiça traz canções do
mesmo nível do disco como “Days of Desperation”, “Business A.U” e “Unchaged”. Formado
no final dos anos 70 e com discos na bagagem do porte de “I Don’t Want to Grow
Up” (1985) e “Everything Sucks (1996)” (sem contar a seminal estreia com “Miles
Goes to College” de 1982), o grupo já cinquentão exibe uma obra com a mesma pegada
que fez tantos e tantos fãs. As faixas são elaboradas por todos os integrantes,
a saber: Stephen Egerton (guitarra), Milo Aukerman (vocal), Karl Alvarez (baixo)
e Bill Stevenson (bateria), e apresentam as temáticas cotidianas e bem
humoradas já conhecidas de outrora, com algumas mais sérias como “Feel This”
que fala sobre perda. Apesar de tanto tempo de estrada “Hypercaffium Spazzinate” é apenas o sétimo registro de estúdio, o
que mostra que fazer música sempre foi coisa importante para todos os
integrantes, sem lançamentos banais pelo meio. Com faixas como “Victim Of Me”, “Shameless
Halo”, “Comeback Kid”, “Beyond The Music” e principalmente a chicletuda “Without
Love”, o Descendents compôs um dos grandes discos desse ano e deixa mais
ansiedade ainda no ar para a apresentação que faz em solo brasileiro no início
de dezembro e que já pode ser chamada de imperdível para os amantes do punk. Escute
alto.
Nota:
8,5
Site oficial: http://descendents.tumblr.com
Assista a apresentações ao vivo abaixo. O Green Day com "Bang Bang" e o Descendents com “Shameless Halo”:
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