Como é de costume quando um filme
que tem os quadrinhos como matéria-prima chega a telona, as bancas recebem
novas edições com esses personagens em destaque. Não seria diferente com o Esquadrão
Suicida que estreou filme no Brasil no início de agosto. Um pouco antes disso a
Panini Comics colocou no mercado o encadernado “Esquadrão Suicida: Chute na Cara”, com 160 páginas e capa dura que
reúne as edições originais de 1 a 7 do grupo publicadas nos EUA entre novembro
de 2011 e maio de 2012. Essas histórias já haviam sido lançadas aqui em
revistas anteriores, mas agora aparecem juntas e dão uma amplitude maior para
as ações e dilemas dos vilões que são forçados a serem heróis para diminuir um
pouco a pena. O Esquadrão Suicida teve origem no final dos anos 50, mas a
roupagem que ficou conhecida é a da metade dos anos 80 quando o quadrinhista
John Ostrander resolveu utilizar supervilões para ingressar na Força-Tarefa X
sobre o comando de Amanda Waller. É essa roupagem que é recontada nesse volume
que engloba o time dentro do projeto “Novos 52” da DC Comics e conta com
roteiro de Adam Glass (da série televisiva “Supernatural”). Nesse novo início
lá estão Pistoleiro, Arlequina, El Diablo, Voltaico, Aranha Negra e
Tubarão-Rei, recrutados a duras provas para um resgate no meio de uma multidão
ensandecida. Depois outros vilões entram e dão sequência para que ainda exista
um controle de rebelião e uma caçada a um dos seus. Um dos pontos altos do
Esquadrão Suicida sempre foi o confronto de personalidades e desejos dos
integrantes e Adam Glass faz isso muito bem, deixando a trama com bons picos de
ação e drama intercalados. Único ponto a se questionar dessa edição é a arte,
que por passar na mão de vários desenhistas como Federico Dallocchio, Scott
Hanna e Clayton Henry, acaba sendo inconstante e não ajuda muito.
Nota: 7,5
Alan Moore criou Tom Strong em
1999 junto com Chris Sprouse durante o tempo em que ficou na WildStorm, uma
espécie de selo alternativo da DC Comics. O autor de obras como “Watchmen” e “V
de Vingança” concebeu um personagem de aventura com a ciência em nível de
igualdade com as habilidades físicas. Criado dentro de um silo pelos pais em
uma ilha distante e obscura, pois assim não teria contato com os males da
humanidade antes de ser forte o suficiente e não teria dessa maneira o julgamento comprometido, ele emerge depois de um acidente na ilha e com a ajuda
dos habitantes locais e seu alto nível de inteligência realiza várias proezas técnicas antes de partir para o mundo de verdade, mais precisamente para a
ficcional Millenium City na costa oeste dos EUA. A série que já havia sido
publicada aqui no Brasil antes pela Devir e pela Pixel (mas nunca de maneira
completa), agora ganha novo lançamento pela Panini Comics, com a promessa de ir
até o final. “Tom Strong: A Origem”
é um encadernado com 212 páginas de capa cartonada e alguns esboços como
extras, reunindo as edições 1 a 7 que chegaram nas bancas dos EUA entre junho
de 1999 e março de 2000. A história
começa com um garotinho lendo a história do nascimento de Tom Strong em uma
revista e vai alternando entre fatos do passado e do presente, conduzidos ricamente
por Alan Moore que joga diversas referências das épocas de ouro e prata dos
quadrinhos, assim como da literatura pulp do começo do século passado. Os
desenhos de Sprouse auxiliados pela arte final de Alan Gordon são limpos e
claros e comungam dessas mesmas referências. Nos relançamentos que a Panini vem
apresentando nos últimos anos, Tom Strong é um dos mais interessantes. As
aventuras e confrontos do protagonista em conjunto com a esposa, a filha, um esperto
robô e um gorila com alto nível de inteligência, remetem a missão pioneira dos
quadrinhos que é divertir a quem lê.
Nota: 8,0
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