“Quadrinhos Insones” é o terceiro lançamento do quadrinista Diego
Sanchez pela Editora Mino. Antes haviam sido publicados “Hermínia” e “Perpetuum
Mobile”. Com acabamento em brochura, ótimo tratamento gráfico (com direito até
a capa que brilha no escuro), em preto e branco e 96 páginas é uma coletânea
que reúne trabalhos publicados online desde meados de 2012. Mostra um autor
experimentando, atrás de encontrar a própria linguagem e expressão, mas que já
apresenta alguma consolidação nos temas que aborda nas tiras e páginas. Com um
traço rabiscado e minimalista, explora diversos formatos possíveis dos quadros
nas folhas, adicionando um humor cínico e autodepreciativo para invadir temas
como solidão, amor, sexo, tristeza e relacionamentos, sempre a explorar
pequenas brechas abertas do cotidiano que não são notadas na correria diária.
Mas, na verdade, o principal tema exposto em “Quadrinhos Insones” e que direciona melhor esse compêndio é a
solidão. Não aquela solidão espelhada e com aspecto mais tradicional, mas sim a
solidão disfarçada dos dias atuais de milhares de contatos via redes sociais,
mas sem aprofundamento algum. Aquela solidão que te incute a noite em casa
mesmo depois de passar o dia conversando com pessoas e mais pessoas no meio da
rua. Aquela solidão que faz com que tudo seja impessoal demais para valer a
pena realmente. Some-se a isso o cinismo da maioria das relações dos nossos
dias, tanto amorosas, quanto profissionais ou rotineiras e temos montado na
mesa o campo explorado com maior qualidade por Diego Sanchez. “Quadrinhos Insones” é a perfeita
concepção de um trabalho underground, sem formas pré-definidas ou visualizações
comuns que ganha amplitude na divulgação via internet, mas que se consolida mesmo
como parte integrante desse novo e interessante momento do quadrinho nacional a
partir desse lançamento.
Nota: 7,0
Página no Facebook: http://www.facebook.com/QuadrinhosInsones
Os céus são tomados por luzes
estranhas resultando em um fenômeno que por mais que as agências governamentais
procurem entender e processar não há explicação visível. As pessoas são tomadas
por pesadelos instigando o caos e repletos de criaturas estranhas. Será o
apocalipse surgindo? O mundo vai acabar? No meio desse cenário de incerteza e
pânico é que o roteirista Jeff Parker insere a minissérie “Kings Watch: Defensores da Terra”, primeira reunião de 3 famosos
personagens da King Features Syndicate, empresa criada há mais de 100 anos.
Hoje, Flash Gordon, Fantasma e Mandrake estão com os direitos de publicação nas
mãos da Dynamite Entertainment, a responsável por essa reunião. A editora já
havia lançado aventuras individuais do Flash Gordon e do Fantasma, mas ao
juntar o trio remete a série animada dos anos 80 que já
mostrava os heróis na batalha contra o mal. Originalmente a minissérie saiu nos
EUA entre setembro de 2013 e janeiro de 2014, sendo que agora a Mythos Books em
um trabalho primoroso (como é de costume) faz essa compilação em um álbum de
luxo, com capa dura e extras que vão de capas alternativas e esboços de
personagens a trechos da criação e do roteiro. Com arte de Marc Laming e cores
de Jordon Boyd, os clássicos personagens acabam se interligando meio sem querer
para resolver um problema maior que o pânico indica, já que o culto armado
intitulado Cobra está se armando de artefatos específicos para que Ming, o
imperador do planeta Ming invada e conquiste a Terra. “Kings Watch: Defensores da Terra” é uma aprazível e espirituosa aventura
que tem como maior distinção fazer com que personagens tão antigos, que
galgaram tantos e tantos para a paixão pelos quadrinhos, ainda consigam soar
interessantes hoje em dia. Os criadores Lee Falk (Mandrake e Fantasma) e Alex
Raymond (Flash Gordon) ficariam orgulhosos disso.
Nota: 8,5
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