Em 2008 o artista japonês Takashi
Murakami lançou o mangá “O Cão Que Guarda Estrelas”, que posteriormente em 2014
ganhou edição nacional. A obra foi um sucesso de crítica e público, chegando
até a virar filme, diga-se de passagem, com todo o mérito. Uma história
emocionante e repleta de significados. Devido ao sucesso o autor se aventurou
se não por uma continuação, mas em uma nova trama correlacionada diretamente a
primeira. “O Outro Cão que Guarda As
Estrelas” (Zoku Hoshi Namoru Inu,
no original) chegou às livrarias japonesas em 2011 e ano passado ganhou edição
nacional pela mesma JBC Editora com 176 páginas e tradução de Denis Kei Kimura.
O foco agora é o que aconteceu com o outro cachorrinho que foi abandonado junto
com o Happy, o protagonista anterior. Ele acaba sendo recolhido por uma
reclamona senhora e essa parceria mudará a vida de ambos. Também apresenta
outros personagens secundários oriundos de “O Cão Que Guardas Estrelas” e
relaciona as duas coisas. Mesmo sendo algo que pode ser lido separadamente,
esse novo trabalho de Takashi Murakami só existe em função do primeiro e
utiliza das mesmas sensações e toques para criar a atmosfera e ambiente.
Sensível e delicado, o livro exibe bons momentos, porém em uma análise fria é
apenas mais do mesmo, novas variações sobre o mesmo tema, que buscam esticar
uma obra de sucesso retirando ainda mais água de um poço que já parecia ter
secado. Se isso é uma decisão válida artisticamente é complicado se afirmar,
porém seria interessante ver Takashi Murakami deixando o seu maior sucesso em
paz enquanto busca novas histórias com o toque lírico que possui. Lógico e
evidente que boa parte dos fãs deve discordar disso e querer sempre mais,
contudo isso é uma outra questão.
Nota: 6,0
John Constantine é uma das
grandes criações do selo Vertigo da DC Comics. Oriundo da cabeça de Alan Moore
na metade dos anos 80 é o exemplo absoluto do anti-herói, repleto de sarcasmo,
cinismo e muitas atitudes nada lisonjeiras. De lá para cá, o mago já foi
personagem de histórias fantásticas e quase nunca suas tramas são ruins, um
fato e tanto devido a longevidade e a passagem por dezenas de autores
distintos. “Constantine: Hellblazer –
Fantasmas do Passado” que a Panini Comics lança esse ano aqui com 140
páginas em capa cartonada reúne as edições originais da revista de número 1 a 6
publicadas nos EUA entre junho de 2015 e janeiro de 2016 (e mais uma edição
especial). Nessa nova roupagem pelas mãos dos roteiristas Ming Doyle e James Tynion
IV e dos desenhistas Riley Rossmo e Vanesa Del Rey, Constantine está novamente
perambulando pelo mundo sem muito o que fazer e sem local certo para onde ir até
que os fantasmas que lhe acompanham representando todos os que morreram por
culpa das suas burrices e trapaças começam a morrer novamente. Para que isso
pare de ocorrer e ele tenha novamente sossego parte pelos submundos reais e da
magia para descobrir quem está causando tanto estardalhaço. O que vemos a
partir daí é um mergulho no passado e a reativação de antigos laços, para o bem
e para o mal. Nessa nova visão que vem logo após o evento intitulado “Convergência”
e inicia a fase do personagem na nova empreitada da editora chamada “DC &
Você” (DC You, no original), as
feições do mago estão um pouco diferentes e volta à tona com grande força a sua
bissexualidade, há tempos renegada. Entre monstros, demônios, piadas e músicas
temos uma boa história, com arte escura e repleta de sombras, mostrando um
recomeço com vigor para o personagem.
Nota: 7,0
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