Durante os eventos de “Pecado
Original” da Marvel, descobriu-se que Nick Fury na verdade tinha um serviço
mais secreto ainda que todos aqueles já apresentados outrora. Ele era uma
espécie de defensor da terra contra potenciais ameaças alienígenas que nunca
foram apresentadas a ninguém. Depois do que ocorreu nessa boa saga, o encargo
de ser essa primeira e solitária linha de defesa caiu nos ombros de Bucky
Barnes, o antigo parceiro do Capitão América, mais conhecido ultimamente como
Soldado Invernal. Sendo figura importante da editora nos últimos anos não
somente nos quadrinhos, mas nos dois primeiros filmes do sentinela da
liberdade, o personagem anda em alta o que justifica uma revista solo e sua
publicação aqui no Brasil. Com 116 páginas e capa cartonada, a Panini Comics
lançou recentemente o encadernado “Bucky
Barnes: O Soldado Invernal – O Homem Na Muralha”, onde mostra as cinco
primeiras edições dessa nova série publicada nos EUA entre dezembro de 2014 e
abril de 2015. Com roteiro de Ales Kot e arte de Marco Rudy apresenta-se uma
viagem entre mundos, tempo e espaço, com participações especiais de Daisy
Johnson (Tremor), Namor, Lóki e o vilão Ossos Cruzados, além de um Nick Fury do
futuro. A trama consiste em Bucky buscando a explicação para um atentado que
sofreu e, durante essa busca, acaba descobrindo que o cenário é bem mais amplo
do que esperava, acarretando inclusive em danos estruturais gravíssimos em um
preocupante futuro. O que de início aparece como uma premissa interessante e
com várias potencialidades acaba se perdendo completamente durante as edições
em um roteiro confuso e uma arte pretensiosa que não contribui em nada para que
a trama avance, deixando o resultado final bem abaixo do esperado.
Nota: 4,0
James Kochalka é um dos quadrinhistas
independentes mais admirados e prolíficos dos Estados Unidos. Vencedor de
prêmios respeitáveis dentro dos quadrinhos como o Eisner e o Harvey, o autor de
“American Elf” e “Dragon Puncher” finalmente tem seu trabalho lançado no país. “Fungos” (Fungus, no original) é uma das suas obras mais recentes e foi
publicado lá fora pela conceituada Retrofit Comics, sendo que aqui no Brasil
chega por conta da Editora Mino com 144 páginas, formato 15x21cm, tradução de
Dandara Palankof e ótimo tratamento editorial. O artista que também é músico e
tem uma banda de rock há um bom tempo (a James Kochalka Superstar) concebeu a
história ao som de discos de bandas variadas como Girl Talk e Sigue Sputinik
como explica no preâmbulo. Feito depois de uma pesquisa pelos ásperos e
desabridos pântanos no estado do Maine, vemos dois fungos e outras pequenas
criaturinhas conversando e divagando sobre questões que vão do comportamento a
religião, da internet aos quadrinhos. Em preto e branco e com quadros
tradicionais, o autor apresenta um humor simples, honesto, quase pueril às
vezes, mas que dá margem a várias reflexões que variam de pessoa para pessoa de
acordo com idade e concepção de vida. As piadas com o Facebook e com os tempos
modernos de e-mails e tudo mais são simplesmente geniais. James Kochalka
influenciou diversos outros autores de quadrinhos hoje e essa influência se
expande até desenhos animados de sucesso como “A Hora da Aventura”, onde o
criador Pendleton Ward é seu fã confesso. “Fungos”
é uma obra que apesar de aparentar ser simplória nas primeiras páginas, ganha
força no decorrer da leitura e melhora muito mais em uma segunda passagem,
levando a obra a um grau de qualidade elevado e valioso.
P.S: A Mino disponibilizou um capítulo extra da obra. Leia, aqui.
Nota: 8,0
Site do autor: http://kochalka.tumblr.com
Sobre a banda: http://kochalka.bandcamp.com