“Quiral” é um quadrinho nacional que utiliza como personagens principais
um capitão e uma garota separados entre si por muitos e muitos anos, mas que no
fundo, não estão tão separados assim como essa premissa nos leva a crer de
início. Criação da dupla Eduardo Damasceno e Luiz Felipe Garrocho que dividem o
texto e a arte, tem 44 páginas e foi lançada no decorrer do ano passado pela Editora
Mino, mais uma empresa apostando no mercado de quadrinhos e fazendo isso com
qualidade, o que é melhor ainda. Na trama uma jovem que gosta de aventuras
marítimas e trabalha diretamente com o mar fazendo redes de pesca, lê em casa um
velho diário de um capitão que mantinha a tripulação focada para caçar monstros
marinhos em prol da comunidade. Com um leve toque de fantasia no meio, a dupla
insere com sensibilidade e destreza questões como coragem e dever, sublinhadas
pela amargura e pelo medo reunidos de algumas decisões. Para separar o passado
e o presente, utilizam tons diferentes de cor para cada época que entrecortam
nas páginas, uma saída que além de funcionar para um entendimento mais rápido,
ajuda e muito no visual da obra, que fica mais bonito. O trabalho da dupla
Damasceno e Garrocho já teve seu talento anterior demonstrado em obras como “Achados e Perdidos”, “Cosmonauta Cosmo” e na releitura feita
para o Bidu em “Caminhos”, projeto da
série Graphic MSP que recria os personagens de Mauricio de Sousa. Aqui em “Quiral” isso não é diferente, que além
de ser uma ótima leitura e envolver quem a lê, serve para ratificar ainda mais
o talento já citado da dupla.
Nota: 8.0
“Será um mundo melhor sem deuses. Nada de medo de danação eterna ou de
anseio por recompensa futura. Nada de ódio entre crentes de fés rivais. Sem a
mentira da eternidade para servir de muleta, não teremos escolha senão
finalmente prezar o pouco e precioso tempo que temos. E dedicar a fé a nós
mesmos”. Esse trecho está dentro do encadernado de capa dura “Thor: O Deus do Trovão – Bomba Divina”
com 140 páginas lançado pela Panini Comics esse ano. Continuando o arco “Carniceiro dos Deuses” traz o final
dessa jornada reunindo as edições originais publicadas lá fora entre maio e
dezembro de 2013. Com direito a alguns extras esse conjunto de histórias
contados por Jason Aaron no roteiro e com a arte de Esad Ribic e Butch Guice
tem o poder de entrar para o rol das grandes histórias do personagem. Isso
porque reúne de uma história característica do Thor, como também insere
divagações mil sobre a relação das pessoas comuns com seus deuses, independente
de que planeta (ou país estejam). Na busca de cancelar o plano de Gorr, uma
entidade que trabalha movida a vingança e a dor, são reunidos Thor’s de
diferentes pontos do tempo, o que acrescenta mais ainda já que visualiza
inquietações díspares e apresenta reflexões sobre o passar do tempo. Jason
Aaaron (Wolverine) costura esses
pontos de maneira concisa e faz com que todas as reflexões que apresenta planem
no ar e faça o leitor vez ou outra parar um pouco no meio das páginas. A arte
acompanha o ritmo (as capas são fantásticas) com quadros bem estilizados e as
cores variando entre a claridão e o sombrio, de acordo com o que pede a trama.
Da série chamada “Nova Marvel”, Thor talvez tenha sido o melhor acerto da
editora.
Nota: 9.0
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