“The Witcher” foi criado no
início dos anos 90 pelo escritor polonês Andrzej Sapkowski e de lá saltou para
os games, se tornando um sucesso dentro desse mercado. Como é cada vez mais
comum a história do caçador de monstros Geralt de Rívia saltou para outras
mídias. Em 2014 a CD Projeckt RED dona dos direitos sobre a obra chamou a Dark
Horse Comics para lançar uma série em quadrinhos. O resultado das primeiras 5
edições podemos ver aqui no Brasil em “The
Witcher: A Casa de Vidro”, um vistoso encadernado da Media Pixel publicado
no passado. Com 144 páginas apresenta roteiro de Paul Tobin (“The Bionic Woman”)
e arte de Joe Querio (“Hellboy”) com o reforço de extras contendo capas
alternativas, esboços e concepções. Geralt de Rívia é um híbrido entre bruxo e
mago que segue por um mundo medieval salvando pessoas comuns de monstros e
aberrações, desde que exista algum pagamento envolvido. Em uma de suas andanças
se depara com um caçador à beira da água. Solitário como ele, rola certa empatia entre os dois depois de alguma comida e uns bons goles de vinho e resolvem
seguir em parceria. Quando entram em uma floresta repleta de mistérios e
criaturas assustadoras, as coisas começam a parecer bem diferentes do que se
esperava no começo. O roteiro de Paul Tobin investe de maneira competente na
tensão dos mistérios e adentra o universo do horror sem deixar de lado uma ou
outra piada no caminho, assim como acerta no tom adulto da trama. Já a arte de
Joe Querio conta com boas influências de Mike Mignola (não é por acaso que o
artista aparece nos extras) e esse estilo serve bem ao tom escabroso e
desvanecido que o trabalho pede. A grande vantagem dessa adaptação para os
quadrinhos é ser uma história independente, por mais que ambientada na mesma
atmosfera, conseguindo assim ser funcional para todos os leitores incluindo
aqueles que não conhecem o game.
Nota: 7,0
Parker Robbins não é um cara
dotado das qualidades mais nobres do mundo, temos que convir. Some-se a isso o
fato que a vida não anda lá muito fácil e a pressão está para estourar a
cabeça. A mãe está internada muito doente em um manicômio, a namorada ficou grávida
e a grana anda curta porque os golpes que o primo arruma cada vez mais resultam
em nada. Até a prostituta (quase amante) resolveu lhe encher o saco. É quando
em mais um golpe furado e totalmente sem querer, acaba matando um ser estranho
e ao roubar dele algumas coisas percebe que isso lhe dá alguns poderes como
invisibilidade e o poder de voar. Resumindo: agora a vida vai melhorar. Ledo
engano. “O Capuz: O Sangue que vem das
Pedras” é um encadernado que a Panini Books lança agora no mercado (mesmo
que a data da identificação seja de 2015) e reúne as edições 1 a 6 de “The Hood”, publicadas originalmente
entre julho e dezembro de 2002. Com 148 páginas traz roteiro do ótimo Brian K.
Vaughan (“Os Fugitivos”, “Ex-Machina”), desenhos de Kyle Holtz e arte final de
Eric Powell. As histórias já haviam sido publicadas no país em outras revistas
em meados dos anos 2000, mas agora aparecem juntas nesse arco de formação de um
criminoso. Mesmo sendo um material antigo é uma publicação que tem bastante
mérito. A construção do personagem pelas mãos de Brian K. Vaughan e sua relação
com as “responsabilidades” que vem com os poderes é factível e sem pressa, e
isso ajuda a arte nem tão inspirada assim de Kyle Holtz. É sempre interessante
quando as grandes editoras dedicam histórias mais detalhadas sobre o mundo dos
criminosos, trazendo um novo viés para o universo a que se está acostumado. Com
temática mais adulta e uma trama fluida e eficaz, “O Capuz: O Sangue que vem das Pedras” se configura em uma ótima
pedida.
Nota: 8,0
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