Vamos a escalação: A estupenda Meryl
Streep no papel principal, o magistral Jonathan Demme (“Silêncio dos
Inocentes”) na direção e a habilidosa Diablo Cody (“Juno”) no roteiro. Não tem
como dar errado, não é? E realmente não deu. “Ricki And The Flash: De Volta Para Casa” apresenta Streep como uma
mulher de meia idade que durante a noite se transforma em líder de uma banda de
rock que toca no bar da cidade. Divorciada e independente mantêm um romance
complicado com o guitarrista Greg (o músico Rick Springfield que assina a ótima
trilha sonora) e além disso ainda guarda na mochila o sonho de ser a rockstar
que nunca foi. Ao receber uma ligação do ex-marido Pete (Kevin Kline) avisando
que a filha tentou o suicídio após o final do casamento, ela pega um avião com
as economias que ainda tem e se manda para ajudar. Esse reencontro familiar é
muito bem coordenado e explora as inversões do roteiro, sendo que o maior
exemplo é a própria Ricki que mesmo aparentando toda uma aura libertária em
volta de si é na verdade reacionária e com pontos de vista conservadores e até
mesmo racistas. Essa dualidade está presente nos personagens principias e dita
o ritmo dessa comédia dramática permeada com muita música. Além de ser um filme
sobre família e sua relação com ela, versa também sobre perdão, sobre aceitar
seu lugar no mundo, sobre entender que a vida passa e nem sempre termina do
jeito que sonhamos. Talvez deslize um pouco no final no que tange a resolução
dos problemas apontados durante a exibição, ou até mesmo caia inevitavelmente
em um ou outro clichê, mas isso não deixa de fazer de “Ricki And The Flash” um bom filme. No mais, só o fato de ter Meryl
Streep empunhando uma guitarra na frente de uma banda de rock cantando “My Love
Will Not Let You Down” do Bruce Springsteen já vale muito.
Nota: 7,0
“Rocky: Um Lutador” estreou em
1976 com roteiro de Sylvester Stallone e direção de John G. Avildsen. O filme
foi um grande sucesso, alçou o ator para o estrelato e rendeu o Oscar de melhor
filme, ator e edição para o trabalho. De lá em diante outros seis filmes
trataram do universo do lutador meio burro, que supera todas as dificuldades com
obstinação, coragem e um coração enorme. Os quatro primeiros longas são
carregados com essas características, coisa que o sexto filme (“Rocky Balboa”
de 2006) também exibe em menor escala. “Creed:
Nascido Para Lutar” (somente “Creed”,
no original), é o novo trabalho da franquia e apresenta o lutador agora como
treinador. Essa artimanha já havia sido tentada sem sucesso em “Rocky V” com
resultado sofrível, porém aqui é muito melhor explorada. No filme, Rocky
continua cuidando do seu restaurante sem muita empolgação e longe do filho. Já
toca a vida no piloto automático quando aparece o jovem Adonis Johnson (Michael
B. Jordan) em sua porta, filho de Apollo Creed, o maior adversário e amigo do
lutador. Após alguma relutância o treinamento inicia e o jovem Adonis parte
para cima do ringue em lutas que não devem nada as originais da franquia, sendo
inclusive mais realistas por conta da tecnologia e da câmera do diretor Ryan
Coogler (que também assina o roteiro em parceira com Aaron Covington e o
próprio Stallone). “Creed: Nascido Para
Lutar” apresenta tudo que fez sucesso anteriormente e honra o passado. O
charme, as dúvidas, a superação, a briga do mais fraco contra o mais forte, a
busca incessante pelo sonho. Com trabalho impecável da dupla Jordan e Stallone
emociona bastante, principalmente aqueles que viram os longas anteriores,
deixando a tarefa de não lagrimar durante a projeção quase impossível.
P.S: Por conta do filme, Stallone concorre ao Oscar de ator
coadjuvante esse ano.
Nota: 8,5
Assista aos trailers legendados:
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