Existem determinadas obras que
pelas pessoas envolvidas na produção, como também por alguns aspectos que estão
ali pelo lado, deixam grande expectativa no que concerne a qualidade que virá.
Isso aconteceu com “Sense8”, série
produzida pela Netflix que tem como criadores os irmãos Andy e Lana Wachowski
(da trilogia “Matrix”) e J. Michael Straczynski (de “Babylon 5” e da saga em quadrinhos
“Rising Stars”). Com 12 episódios da primeira temporada disponibilizados de uma
só tacada nesse ano, a série busca inovar tendo como personagens principais
oito pessoas de várias partes do mundo conectadas mentalmente, mas que ainda
não entendem bem o que está acontecendo com elas enquanto são perseguidas por
uma instituição misteriosa. Com um início interessante a série vai caindo a
cada episódio até desmoronar em uma espiral de egos, conceitos contraditórios, caracterizações
rasas e diálogos sem a mínima inspiração. Com o foco em diversas vertentes do
conhecimento, os irmãos Wachowski se enrolam em um emaranhado de ideias mal
exploradas até mesmo nos sete episódios que dirigem. Entre todos os personagens
apresentados merecem destaque apenas Doona Bae (de “Boneca Inflável”) como Sun
Bak e Ami Ameen (de “O Mordomo da Casa Branca”) como Capheus Van Damme. Temos
também as participações de nomes conhecidos como Daryl Hannah (“Kill Bill”) como
Angelica e Naveen Andrews (de “Lost”) como Jonas Maliki, uma espécie de guru
dos “sensates” (daí vem o trocadilho
do título). Se “Sense8” virará o
jogo na segunda temporada já aprovada não dá para saber, mas por enquanto é um
desperdício de tempo para o espectador e mais um passo atrás dos criadores que
há tempos vem devendo algo do nível que se espera, assim como talvez seja a
primeira aposta errada dentro do brilhante caminho que a Netflix vem construindo
como produtora de séries.
Nota: 3,0
Com “Demolidor” a Netflix adicionou um dos personagens mais adorados da Marvel no circuito das séries com honras.
Pode-se até questionar algumas escolhas da produção no que concerne a visuais,
mas por fim foi feito um produto respeitável. “Jessica Jones”, a aposta seguinte da empresa, está inserida dentro
do mesmo universo urbano e habita também a região da Cozinha do Inferno em Nova
York se correlacionando indiretamente com “Demolidor” na primeira temporada. Criada
pela diretora e roteirista Melissa Rosenberg (“Crepúsculo”), é amplamente
baseada nas 28 edições de “Alias”
lançadas entre novembro de 2001 e janeiro de 2004 com a personagem criada por
Brian Michael Bendis e o artista Michael Gaydos como estrela. Quando surgiu nos
quadrinhos, Jessica Jones foi um pequeno furacão. Ela era uma detetive
particular que desistiu do colante de heroína, uma mulher dura e forte que não
media palavras e xingamentos, quase uma alcoólatra que usava o sexo como meio
para aliviar as dores do passado. Todas essas facetas são transportadas para a
tevê, ainda bem. Ao todo temos 13 episódios comandados por diretores
experientes de televisão como Simon Cella Jones (“Magic City”, “Treme”) e John
Dahl (“House Of Cards”, “Ray Donovan”). Jessica Jones é vivida por Krysten
Ritter (“Big Eyes”), que transpõe muito bem a anti-heroína para a tela e conta
com um elenco ajustado para lhe ajudar nisso, com destaque para Mike Colter como
Luke Cage, Carrie-Anne Moss como Jeri Hogarth e Rachel Taylor como Trish Walker. No entanto, o grande destaque fica com David Tennant como o vilão Killgrave (Homem-Púrpura nos quadrinhos) que dá um show de interpretação e afirma seu talento já mostrado,
por exemplo, em “Doctor Who”. Lógico que algumas mudanças existem e podem fazer
algum fã mais radical chiar um pouco (sendo a principal delas a ausência de
Carol Danvers como melhor amiga), contudo isso é normal. O que realmente
importa é que a essência de “Alias”
foi preservada e apresenta ao mundo uma Jessica Jones como deveria ser, indo
além do que a Netflix conquistou com “Demolidor”.
Nota: 9,0
Assista a um trailer de “Sense8”:
Assista a um trailer de “Jessica
Jones”:
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