O Homem-Formiga nunca esteve no
primeiro escalão de heróis da Marvel. Mesmo sendo fundador dos Vingadores
sempre ficou como coadjuvante na maioria das histórias, nas sombras do cidadão
por trás da máscara, o cientista Hank Pym. Com a chegada do (divertido) filme
lançado esse ano sobre o personagem, a Marvel tenta jogar uma luz maior em
torno dele, sendo que isso reflete aqui no Brasil também com alguns
lançamentos, entre eles “Homem Formiga:
Mundo Pequeno”, que dá uma boa visão geral sobre o herói. Três foram
aqueles que vestiram o traje: Hank Pym no início, Scott Lang a partir do final
dos anos 70 (é ele que aparece no longa envergando a roupa) e o degenerado Eric
O’Grady de um tempinho para cá. Essa coletânea de histórias que a Panini Comics
coloca no mercado traz em suas 146 páginas aventuras de todas essas fases. A
melhor trama é a mais recente, no entanto, existem republicações de valor
histórico como a primeira aparição do Homem-Formiga e a estreia da Vespa,
parceira, namorada e esposa de Hank Pym. Apresenta também as tramas de 1979
onde Scott Lang inicia suas tarefas do lado dos mocinhos e não mais como
bandido. Algumas dessas histórias ainda não tinham sido publicadas aqui no país,
ou então, fazia muito tempo que isso havia acontecido. Tendo em vista entender
melhor esse diminuto super-herói, “Homem-Formiga:
Mundo Pequeno” serve bem, porém seu valor fica praticamente nisso, como introdução
e valor histórico, não conseguindo ir muito além.
Nota: 6,0
Britt Reid é um jovem que depois
do falecimento do pai assume como presidente do jornal da família. Inconformado
com a situação da cidade dominada pela máfia e com um senso de justiça
estourando no peito, coloca uma máscara no rosto, usa a fortuna para criar
diversas geringonças e apetrechos e sai para as ruas combatendo o crime junto
com um parceiro. Ok, a ideia não é das mais originais, porém foi assim que
nasceu o Besouro Verde nas rádios dos anos 30. Nos anos 60 em um seriado de
televisão que tinha Van Williams como o vigilante e Bruce Lee como Kato (parceiro
e mordomo na luta contra o crime) é que o personagem ganhou uma dimensão maior,
desaguando até nos cinemas em um longa razoável de 2011. Nos quadrinhos desde
mais ou menos a época da criação, o Besouro Verde passou por inúmeros cancelamentos
e reestreias, e nunca agradou por completo até que a Dynamite Entertainment
conseguiu a franquia e convocou Matt Wagner (Sandman, Batman) para o roteiro e
Aaron Campbell (O Sombra) para a arte. O resultado publicado lá fora entre
abril de 2010 e março de 2011, ganhou este ano edição nacional pelas mãos da
Mythos Books em mais um trabalho belíssimo da editora. “Besouro Verde: Ano Um” tem 304 páginas, capa dura e um trabalho
gráfico repleto de cuidado. É narrado o começo da carreira, voltando para as
raízes familiares, atravessando viagens de conhecimento pessoal e culminando na
luta contra a máfia. É uma história de formação, com muitas cenas de ação,
diálogos divertidos e uma mensagem crítica sempre planando ao fundo. Quem gosta
de aventura com uma arte exuberante, enxertos de histórias policiais e aquela
clima pulp no ar, esse encadernando é um prato muito bem servido.
Nota: 8,5
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