Marvel Knights surgiu no final
dos anos 90 como uma linha editorial para tratar os personagens da empresa de
maneira mais adulta, com maior conteúdo de sexo, violência, drogas e outros
temas mais “pesados” para edições normais. Bem sucedida no que tange a
personagens como Justiceiro, Pantera Negra e Demolidor, essa linha se alastrou
para diversos outros heróis da casa das ideias como o Homem-Aranha. A Panini
Comics lança esse ano um encadernado de capa dura com as 5 primeiras edições de
“Marvel Knights: Spider-Man” publicadas lá fora entre dezembro de 2013 a abril
de 2014. “Homem-Aranha: 99 Problemas”,
chega com 116 páginas e roteiro de Matt Kindt, ilustrações de Marco Rudy e
cores de Val Staples. Nessa história, o nosso amado cabeça-de-teia se mete em
uma confusão danada comandada pelo vilão Arcade, quando Peter Parker atrás de
ganhar um extra (as coisas não estão fáceis) aceita um trabalho em uma mansão.
Lá ele toma uma pílula que priva alguns poderes e o coloca no meio de uma
pancadaria geral com seus maiores inimigos um atrás do outro e sem tempo para
respirar. Esse arco inicial foi bastante elogiado lá fora, mas apesar do bom
argumento, o roteiro é apenas razoável; se muito. No entanto, a arte do
talentosíssimo Marco Rudy (Superman/Batman) eleva a história realmente a um
patamar maior, repleta de experimentações, sem fórmulas e com muita lisergia
embutida, o que faz de “99 Problemas”,
uma história para ter em casa, ainda mais agora com tantas mudanças acontecendo
na vida do amigão da vizinhança, representa uma trama para lembrar porque o
personagem é tão querido.
Nota: 7,0
Em 1994, Kurt Busiek (roteiro) e
Alex Ross (arte) lançavam “Marvels”, série que tinha como protagonista um homem
comum chamado Phil Sheldon que desde os anos 30 presenciou o surgimento de
seres com poderes quase divinos. Essa perspectiva pouco usual rendeu vários
prêmios e serviu para alavancar mais a carreira da dupla. Em 1995, Kurt Busiek
surgiu com uma série chamada “Astro City”, na qual ampliava os conceitos de
“Marvels” e tinha mais espaço para expor dramas e dúvidas em meio a uma
considerável quantidade de homenagem aos quadrinhos dos anos 30 a 70. De novo
com o apoio de Alex Ross (dessa vez nas capas e concepção de personagens),
porém agora com a arte de Brent Anderson (X-Men), a nova série também foi
sucesso de crítica e rendeu mais prêmios aos autores. A Panini Comics através
do selo Vertigo começou esse ano a publicar novamente no país esse trabalho. “Astro City Vol. 1 – Vida na Cidade Grande”
reúne as edições originais de 1 a 6 lançadas originalmente entre agosto de 1995
e janeiro de 1996, com capa cartonada e diversos extras em 196 páginas. Neste
arco inicial Kurt Busiek expõe uma cidade onde heróis, vilões e aliens vivem no
meio de pessoas normais e assim como elas tem inúmeros problemas cotidianos
banais. Essa perspectiva (por si só uma extensão de “Marvels”) também serve
como crítica a sociedade no que tange ao tratamento a notáveis e a mídia e seus
noticiários, o que faz dessa republicação de “Astro City” ainda relevante mesmo
após duas décadas da concepção inicial.
Nota: 8,5
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