“Dead Kennedys - Fresh Fruit For Rotting Vegetables (os primeiros anos)”
já escancara logo no título as intenções. Escrito pelo jornalista Alex Ogg e com
tradução de Alexandre Saldanha tem 240 páginas e lançamento nacional no ano
passado pela Edições Ideal (que faz um ótimo trabalho no mercado editorial
brasileiro com publicações relacionadas a música). No livro é apresentado o
início da carreira de uma das bandas mais poderosas do punk. Desde a formação as
páginas avançam até pouco tempo depois do lançamento de estreia em 1980 (que
empresta o nome ao título), antes da separação em 1986 (esqueça a banda depois
disso nas novas formações) e de todos os problemas que levaram a crise,
principalmente a briga por direitos autorais e méritos de criação entre o vocalista
Jello Biafra, o guitarrista East Baty Ray e o baixista Klaus Flouride. O álbum
que trouxe canções do porte de “Kill The Poor”, “California Über Alles”, “In
The Head” e “Holiday in Cambodia”, evidentemente é o foco mostrando tanto fatos
sobre a elaboração e gravação, como também indo além para narrar todo o rebuliço
e importância da obra. O livro conta com várias fotos do acervo do guitarrista
e de ilustrações de Winston Smith, que entrecortam o texto de Alex Ogg baseado
nas entrevistas que fez com os integrantes do grupo. Leitura completamente
indicada para fãs do disco e da música possante contida nele.
Nota: 7,0
“Na Estrada com os Ramones” foi lançado originalmente em 2003 lá
fora. Escrito pelo gerente de turnê da banda, Monte A. Melnick, em parceria com
o jornalista Frank Meyer ganhou edição nacional em 2013 através da Edições
Ideal (sempre ela) com tradução de Alexandre Saldanha e 264 páginas de muita
informação. Informação não muito nova para quem leu alguma das autobiografias
de integrantes do grupo ou de outras diversas relacionadas ao quarteto mais
famoso do punk rock, é verdade, mas ainda assim bem prazerosa. Até porque
apresenta uma visão um pouco diferente, pois é vista mais de fora por alguém
que estava lá desde o início e se fez presente nos 2.263 shows feitos (todos
relacionados em um índice no livro) entre 30 de março de 1974 e 6 de agosto de
1996, quando as atividades musicais foram encerradas, enquanto o mito só faz
aumentar cada vez mais. Das gravações primordiais até o fatídico e anunciado final,
o leitor pode conhecer um pouco mais sobre a dificuldade de convívio entre os
integrantes, a constante briga por domínio territorial, o uso demasiado de
drogas e álcool e o profissionalismo absurdo com que tudo foi tocado apesar de
todas essas questões, o que chega a impressionar. Leitura plenamente válida.
Nota: 7,0
P.S: A editora disponibiliza algumas páginas para leitura
gratuita, aqui.
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