O Sombra é um personagem de
quadrinhos criado por Maxwell Grant (um pseudônimo do escritor Walter Brown
Gibson) que obteve sucesso nos anos 30 e início dos 40, chegando a invadir mídias
como o rádio. Mesmo esquecido após esse período sempre aparecia alguém disposto
a revisitar a obra, quer seja nos anos 50 ou nos anos 80, mas logo depois o
personagem voltava para um leve ostracismo. Em 2012 foi a vez da editora
Dynamite fazer essa visita em projeto que ambiciona olhar para trabalhos
antigos. Os escolhidos para comandar essa caminhada foram Garth Ennis (“Preacher”,
“The Boys”) e Aaron Campbell (“Besouro Verde”) que forjaram as primeiras seis
edições. “O Sombra – O Fogo da Criação”
foi lançado pela Mythos Books aqui no Brasil no final de 2013, mas teve o
acesso prejudicado devido a distribuição periclitante. Com 208 páginas, a
edição encadernada é elegante e repleta de extras como o roteiro original e
artes de capa feita por nomes como Alex Ross, John Cassaday e Howard Chaykin.
Na trama, voltamos a 1938, no cenário anterior a Segunda Guerra Mundial onde
Lamont Craston, o abastado cidadão que encarna o Sombra para combater o mal que
espreita no coração dos homens, aceita uma missão contra os japoneses atrás de
material secreto para ser utilizado na construção da arma invencível. Com arte soturna
e repleta de tons escuros, Garth Ennis cria uma aventura de espionagem bem ao
seu estilo, com violência e inteligência andando juntas, adicionadas a eventos
históricos e um ar de homenagem a época que retrata, dando assim a chance para mais
leitores conhecerem esse antigo e conflituoso justiceiro.
Nota: 6,5
Falar hoje das qualidades do
trabalho de Neil Gaiman e Dave McKean é uma tarefa relativamente tranquila,
tendo em vista o que os dois produziram nos últimos 25 anos dentro e fora do
mundo dos quadrinhos. No entanto, em 1987 os dois eram jovens e praticamente
desconhecidos quando a pequena editora inglesa Escape decidiu apostar em um
projeto deles. “Violent Cases” foi publicada
originalmente em 1987 e no final do ano passado ganhou uma nova reedição
nacional através da Editora Aleph com 64 páginas, formato grande (21,5 x 29 cm)
e muitos extras contendo textos de Neil Gaiman e Alan Moore, por exemplo. A graphic novel tem amplo aspecto biográfico
e trata de lembranças de infância, especificamente um atendimento médico
efetuado junto a um osteopata que havia durante muito tempo trabalhado para o
mafioso Al Capone em Chicago. O roteiro equilibra essas lembranças entre o real
e a fantasia e aproveita para sobrepor questões familiares e psicológicas no desenvolvimento,
ainda que de modo sucinto. A arte e as cores de Dave Mckean são remasterizadas
para esta edição e amplificam assim a habilidade, mostrando diversas
experimentações de estilo e estética, além de atender a função primordial da
história. Essa nova publicação de “Violent
Cases” tem bastante valor e se torna obrigatória para os fãs de Neil Gaiman,
tanto pelo conceito e época, quanto pelo caprichado trabalho editorial.
Nota: 8,5
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– Neil Gaiman
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