O projeto Graphic MSP onde os
personagens de Mauricio de Sousa são revisitados por novos autores em histórias
mais longas e adultas já rendeu ótimos momentos. “Astronauta - Magnetar”
lançado em 2012 foi o primeiro filho desse projeto e merecidamente ganhou uma
continuação no ano passado pelo mesmo Danilo Beyruth que fez a arte e o roteiro
e contou novamente com o talento de Cris Peter na colorização. “Astronauta – Singularidade” tem 84
páginas, dois tratamentos distintos de publicação (em brochura e capa dura) e
lançamento pela Panini Comics. Nessa nova jornada o personagem está passando
por uma avaliação psicológica para saber a extensão dos danos causados na aventura
anterior (e não está aceitando isso muito bem) quando aparece outra missão na
qual terá que dividir a nave com dois passageiros, com objetivos um pouco
diferentes do seu. Danilo Beyruth vem construindo um personagem complexo até
agora, expondo medos, dúvidas e solidão ao lado da perseverança, empenho e
idealismo que lhe é inerente. O argumento de “Astronauta – Singularidade” é meio óbvio e está abaixo do álbum
que o precedeu, mas ainda assim vale para aumentar a complexidade dessa versão
do Astronauta, que aliada ao trabalho visual magnífico tanto na arte quanto na
colocação das cores se configura em credencial suficiente para mais um volume
no futuro.
Nota: 7,0
Texto relacionado no blog:
- Quadrinhos: “Astronauta Magnetar” – Danilo Beyruth
“Casanova: Gula” foi publicada aqui no Brasil no início de 2014
pela Panini Books com 164 páginas e capa dura e traz os desdobramentos do que
foi visto em “Casanova: Luxúria”, juntando as edições originais de 8 a 14. Matt
Fraction continua no comando do roteiro e as cores são novamente de
responsabilidade da talentosa Cris Peter, mas a arte desse arco de histórias
passa do Gabriel Bá para seu irmão gêmeo Fábio Moon, que opta em manter o mesmo
estilo basicamente, o que significa um alto nível de qualidade. Dessa vez a
mistura de espião com um bocado de outras coisas chamado Casanova Quinn está
perdido, mas não em um lugar e sim em um tempo, o que resulta na pergunta “Quando ele estará?”. Essa é a deixa
para Matt Fraction deslanchar a narrativa amalucada e anárquica com ciência,
sexo, ação, humor corrosivo e muitas referências. Na leitura vemos uma
referência ao Strokes aqui, outra a Francis Ford Coppola acolá, passando por
Thomas Pynchon, Apples In Stereo e Beatles. O Casanova em si praticamente quase
não aparece, seu pai e irmã comandam essa edição ao lado dos vilões e de novos
personagens tão estranhos e surreais como os já conhecidos. “Casanova: Gula” mantém o padrão da
série e é uma leitura divertidíssima, onde a estética continua sendo superior aos
argumentos, mas, na boa, quem se importa?
Nota: 7,5
Texto relacionado no blog:
- Quadrinhos: “Casanova: Luxúria” – Matt Fraction e Fábio
Moon
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