quarta-feira, 18 de março de 2015

Música: Belle and Sebastian e Idlewild

Prestes a completar 20 anos de existência o Belle and Sebastian lança o nono disco da carreira. “Girls in Peacetime Want to Dance” saiu em janeiro pela Matador Recors e conta com 12 faixas produzidas por Ben H. Allen III (Animal Collective, Gnarls Barkley) e masterizadas pelo velho conhecido Frank Arkwright. Com lançamento em vários formatos traz além das canções originais alguns bônus, como na versão japonesa que conta com 4 acréscimos (entre elas a boa “A Politician’s Silence”). O sucessor de “Write About Love” de 2010 mostra os escoceses encabeçados por Stuart Murdoch levando sua música em direção mais dançante que o habitual, com muitos teclados, sintetizadores e ecos do pop eletrônico dos anos 80, do Pet Shop Boys e da disco music. Nesse sentido temos acertos na abertura com “Nobody’s Empire”, em “Perfect Couples” e em “Play For Today”, ótimo dueto com Dee Dee Penny da Dum Dum Girls. O Belle Sebastian de antes dá as caras aqui e acolá como em “Allie” e na esperançosa “Ever Had A Little Faith”, uma das melhores faixas do trabalho. Com “Girls in Peacetime Want to Dance” o Belle and Sebastian demonstra não estar acomodado com as fórmulas de sempre, muda um pouco, insere músicas mais longas e avança artisticamente nesse ponto, por mais que o disco não seja um primor completo como atestam as faixas “The Party Line”, “The Cat With The Cream” e “Enter Sylvia Plat”.

Melhor faixa: "Ever Had A Little Faith"

Nota: 6,0

Facebook: http://www.facebook.com/belleandsebastian 

O grupo escocês Idlewild não lançava nada desde 2009 com “Post Electric Blues”. Nesse intervalo os líderes se aventuraram em carreira solo e conseguiram bons frutos tanto com Roddy Woomble que lançou dois estupendos trabalhos (“The Impossible Song & Other Songs” de 2011 e “Listen To Keep” de 2013) quanto com Rod Jones (“A Sentimental Education” de 2010). A ausência chegou ao fim no início desse ano com “Everything Ever Written”, álbum de 12 faixas gravado em vários estúdios e lançado pela gravadora Empy Words com produção do guitarrista Rod Jones e masterização de Steve Fallone. Os cabeças do Idlewild junto ao baixista Andrew Mitchell e o baterista Colin Nweton, além do novato tecladista Luciano Rossi, trazem o trabalho individual, predominantemente acústico, para esse sétimo registro. Esse lado sempre esteve escondido no meio da urgência de discos como “The Remote Part” de 2002 ou “Make Another World” de 2007, mas agora aparece com mais afinco e auxílio de piano, cello, trompete, saxofone, órgão e o altivo violino de Hanna Fischer que também ajuda nos vocais. Não que as guitarras tenha sumido, marcam presença em “Collect Yourself”, “Come On Ghost” e principalmente em “On Another Planet”, além dos impecáveis 7 minutos de “(Use It) If You Can Use It”, porém, isso se equilibra bem com o lado mais calmo visto nas faixas “Every Little Means Trust”, “So Many Things To Decide”, “Like A Clown” e “Utopia”. Em “Everything Ever Written”, o Idlewild continua sendo uma banda que você sempre pode acreditar, não só pelas canções, mas também pelas letras e postura. O novo disco é mais um forte exemplo disso.

Melhor faixa: "(Use It) If You Can Use It"

Nota: 9,0

Site oficial: http://idlewild.co.uk

Textos relacionados no blog:
- Música: “Write About Love” (2010) – Belle and Sebastian
- Música: “A Sentimental Education” (2010) – Rod Jones
- Música: “The Impossible Song & Other Songs” (2011) – Roddy Woomble
- Música: “Listen to Keep” (2013) – Roddy Woomble

Assista ao clipe de "The Party Line" do Belle and Sebastian e uma versão acústica ao vivo do Idlewild para “Every Little Means Trust”:





Nenhum comentário: