quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Séries - "Marco Polo"

No livro “As Viagens de Marco Polo” são narradas várias aventuras do mercador italiano nascido em Veneza no século XIII e falecido no século seguinte, um dos primeiros ocidentais a realizar a rota da seda em direção a toda gama de produtos e mercadorias do oriente. As histórias contadas nesse livro e outras mais atribuídas a ele nunca serão realmente marcadas como verdadeiras ou ilusórias, mas é certo que representam um ponto histórico daqueles tempos e tornou o nome do explorador, comerciante e aventureiro conhecido até os nossos dias.

Usando essa premissa como história a Netflix fez sua jogada mais ousada até agora e gerenciou a produção da série “Marco Polo”, com um orçamento muito mais alto do que seus grandes sucessos “House Of Cards” e “Orange Is The New Black”. Os dez episódios da primeira temporada (já está renovada para uma segunda) foram disponibilizados para o público no final de 2014 e exibem um cuidado muito maior com cenários, figurinos e fotografia, sendo talvez o ponto de partida para começar um briga mais séria com canais como a HBO.

A produção épica criada por John Fusco tem início no ano de 1273 quando Marco Polo (interpretado pelo ator italiano Lorenzo Richelmy) chega junto com seu pai e seu tio na corte do imperador mongol Kublai Khan (Benedict Wong), um descendente direto de Genghis Khan. Em troca de autorização para percorrer as rotas comerciais controladas pelo imperador, o pai de Marco Polo acaba o deixando na corte para servir, uma troca não muito bem vista pelo filho que o havia conhecido apenas há alguns poucos anos.

Dentro da corte, Marco Polo acaba ganhando certo apreço de Kublai Khan devido a algumas observações visuais espertas e ao dom da narrativa. Assim, acaba por conquistar cada vez mais espaço além de ser treinado em lutas e costumes locais. Isso não deixa de causar ciúme a outros dentro dessa corte, outros como o filho e principal sucessor príncipe Jingim (Remy Hii), já que o cenário geral não é dos melhores também. O grande império mongol começa a mostrar sinais de degaste tanto em brigas internas pelo poder quanto externas na guerra contra a China.

Para preencher essa história geral o roteiro insere abundantes doses de sexo, violência, intrigas, traições e conspirações. Talvez para se aproximar de produções de sucesso do mesmo tipo como “Roma” e “Game Of Thrones”, porém isso acaba por desviar o foco daquilo que aparece como mais interessante nessa primeira temporada que é o conflito de ideias entre o ocidente e o oriente e todo o potencial histórico a ser explorado ao invés de ficar criando romances para o personagem principal ou complôs vazios.

Lorenzo Richelmy só se configura em uma boa escolha para o papel principal no decorrer dos episódios e cresce em conjunto com a trama na segunda metade da temporada, já que no início há muito desperdício de passagens sem correlação posterior. Com sua grande aposta feita, a Netflix tem que procurar melhorar “Marco Polo” para a segunda temporada sem tantas voltas em círculo do roteiro e fazendo prevalecer o que tem de melhor que é o já citado cuidado com a produção, assim como as memoráveis cenas de luta no melhor estilo dos filmes asiáticos.

Por enquanto trata-se apenas de uma aposta. Nada além disso.

P.S: A temporada está disponível completamente no Netflix.

Nota: 6,0

Assista a um trailer legendado:


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