No livro “As Viagens de Marco
Polo” são narradas várias aventuras do mercador italiano nascido em Veneza no
século XIII e falecido no século seguinte, um dos primeiros ocidentais a
realizar a rota da seda em direção a toda gama de produtos e mercadorias do
oriente. As histórias contadas nesse livro e outras mais atribuídas a ele nunca
serão realmente marcadas como verdadeiras ou ilusórias, mas é certo que
representam um ponto histórico daqueles tempos e tornou o nome do explorador,
comerciante e aventureiro conhecido até os nossos dias.
Usando essa premissa como história
a Netflix fez sua jogada mais ousada até agora e gerenciou a produção da série “Marco Polo”, com um orçamento muito
mais alto do que seus grandes sucessos “House Of Cards” e “Orange Is The New
Black”. Os dez episódios da primeira temporada (já está renovada para uma
segunda) foram disponibilizados para o público no final de 2014 e exibem um
cuidado muito maior com cenários, figurinos e fotografia, sendo talvez o ponto
de partida para começar um briga mais séria com canais como a HBO.
A produção épica criada por John
Fusco tem início no ano de 1273 quando Marco Polo (interpretado pelo ator
italiano Lorenzo Richelmy) chega junto com seu pai e seu tio na corte do
imperador mongol Kublai Khan (Benedict Wong), um descendente direto de Genghis
Khan. Em troca de autorização para percorrer as rotas comerciais controladas
pelo imperador, o pai de Marco Polo acaba o deixando na corte para servir, uma
troca não muito bem vista pelo filho que o havia conhecido apenas há alguns
poucos anos.
Dentro da corte, Marco Polo acaba
ganhando certo apreço de Kublai Khan devido a algumas observações visuais espertas
e ao dom da narrativa. Assim, acaba por conquistar cada vez mais espaço além de
ser treinado em lutas e costumes locais. Isso não deixa de causar ciúme a
outros dentro dessa corte, outros como o filho e principal sucessor príncipe
Jingim (Remy Hii), já que o cenário geral não é dos melhores também. O grande
império mongol começa a mostrar sinais de degaste tanto em brigas internas pelo
poder quanto externas na guerra contra a China.
Para preencher essa história
geral o roteiro insere abundantes doses de sexo, violência, intrigas, traições
e conspirações. Talvez para se aproximar de produções de sucesso do mesmo tipo
como “Roma” e “Game Of Thrones”, porém isso acaba por desviar o foco daquilo
que aparece como mais interessante nessa primeira temporada que é o conflito de
ideias entre o ocidente e o oriente e todo o potencial histórico a ser explorado
ao invés de ficar criando romances para o personagem principal ou complôs
vazios.
Lorenzo Richelmy só se configura em
uma boa escolha para o papel principal no decorrer dos episódios e cresce em
conjunto com a trama na segunda metade da temporada, já que no início há muito
desperdício de passagens sem correlação posterior. Com sua grande aposta feita,
a Netflix tem que procurar melhorar “Marco
Polo” para a segunda temporada sem tantas voltas em círculo do roteiro e
fazendo prevalecer o que tem de melhor que é o já citado cuidado com a produção,
assim como as memoráveis cenas de luta no melhor estilo dos filmes asiáticos.
Por enquanto trata-se apenas de
uma aposta. Nada além disso.
P.S: A temporada está disponível completamente no Netflix.
Nota: 6,0
Assista a um trailer legendado:
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