sábado, 3 de janeiro de 2015

Séries - "Lilyhammer"

Exibida entre os anos de 1999 a 2007 a série “Família Soprano” deixou saudades. Com uma qualidade até então nunca vista na televisão (e até hoje difícil de ser visualizada), as seis temporadas mostravam o mafioso Tony Soprano entre o amor e a fúria enquanto cuidava dos seus negócios escusos. O braço direito do personagem interpretado magnificamente por James Gandolfini era Silvio Dante com suas caretas, gestos e frases bem marcantes.

Silvio Dante era responsabilidade do ator Steven Van Zandt, que entre outras coisas é o hábil guitarrista da E Street Band que acompanha Bruce Springsteen durante anos e anos mundo afora. Algum tempo se passou depois do fim dos Sopranos e Steven Van Zandt retornou para a vida de ator em “Lilyhammer”, a primeira série original do Netflix em parceria com um canal de tevê da Noruega. A primeira temporada foi em 2012 e já se estende até a terceira que foi lançada no final do ano passado.

Criada por Anne Bjornstad e Eilif Skodvin e produzida pelo próprio Steven Van Zandt, “Lilyhammer” conta a história de Frank Tagliano, um mafioso de Nova York que depois de depor contra a máfia entra no programa de proteção a testemunhas do governo. Com tantas cidades e lugares para escolher ele resolve se esconder e recomeçar na pacata cidade que empresta nome a série, devido ao fato de ter acompanhado pela televisão os jogos olímpicos de inverno que lá aconteceram em 1994.

Nesta serena cidade, Frank Tagliano (Van Zandt) vira Giovanni Henriksen, um imigrante em busca de um novo começo. O choque de cultura e de pensamento fica logo evidente nos primeiros episódios e proporciona alguns dos grandes momentos das três temporadas. “Lilyhammer” é na sua essência uma comédia com fortes tons de escracho, politicamente incorreto, humor corrosivo e sem muitas concessões. Quando ela abraça definitivamente os jeitos e trejeitos de mafioso do personagem principal se torna mais engraçada e cáustica ainda.

E isso se dá mais no segundo ano, onde até brincadeiras e referências com “Família Soprano” passam a ser permitidas, como o ingresso de Tony Sirico (o “Paulie” de Sopranos) como um irmão padre de Tagliano. Na terceira temporada onde o Brasil (mais especificamente o Rio de Janeiro) atua como coadjuvante, é que “Lilyhammer” se perde um pouco e baixa o nível de qualidade antes vista, devido principalmente a inclusão de novos personagens sem tanto carisma quanto os anteriores como o Torgeir Lien (Trond Fansa).

Ainda assim, “Lilyhammer” é uma boa pedida para quem gosta de mafiosos, comédia e humor fora do convencional. Indicado para aqueles dias ou noites em que pensar muito não está nos planos e apenas uma boa sequencia de risadas serve de alento.

Todas as temporadas estão disponíveis no Netflix.

P.S: Na terceira temporada até o Bruce Springsteen aparece fazendo um pequeno papel.

Nota: 7,0

Assista a um trailer legendado:


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