Existem vários poderes desejáveis no
universo imaginário dos super-heróis. Invulnerabilidade, invisibilidade,
telepatia, voo, magia, premonição, mas convenhamos, velocidade ampliada é um
dos mais bacanas de todos. Poder chegar onde quiser rapidamente, entrar e sair
sem ser percebido, não se atrasar nunca mais, não se preocupar com
engarrafamentos, é realmente um sonho. O Flash, um dos personagens mais
populares da DC Comics tem essa habilidade e por isso, além de popular sempre
se apresentou com grande importância no mundo da empresa.
Criado na Era de Ouro dos quadrinhos
(anos 40) por Gardner Fox e Harry Lampert, o personagem foi reinventado na
segunda metade dos anos 50 (conhecida como Era de Prata) como Barry Allen, um
cientista forense de Central City que ao ser atingido por um raio é afetado por
vários produtos químicos e ganha a possibilidade de acessar algo chamado “força
da aceleração”, que lhe permite ser o homem mais rápido do mundo. Durante o
decorrer dos anos o Flash teve várias outras encarnações nos quadrinhos, morreu
e ressuscitou (como de costume), mas sempre se manteve em um papel de destaque
na DC.
No ano passado o personagem ganhou
novamente uma série de tevê, dessa vez produzida pelo Canal CW. Em 1990 já
havia sido feito uma tentativa que durou apenas uma temporada e 21 episódios e
que trazia o ator John Wesley Shipp no papel do herói (e que está na nova série
como o pai de Barry Allen). Todavia, essa série dos anos 90 não chega nem
próximo do nível de sofisticação da nova “The
Flash” que é transmitida aqui no Brasil pela Warner Channel toda
quinta-feira às 22hs. Ambientada no mesmo espaço e tempo de “Arrow”, a nova
empreitada é bem mais luxuosa e completa.
A relação com “Arrow” se define em
vários aspectos. Primeiro, a produção executiva conta com a mesma dupla formada
por Greg Berlanti e Andrew Kreisberg, segundo, Barry Allen (interpretado pelo
ator Grant Gustin) já havia aparecido em alguns episódios de lá, e por fim, as
duas séries tiveram um crossover (prática comum nos quadrinhos, mas pouco usual
em séries) logo na primeira metade da temporada de “The Flash” (e que funcionou muito bem). Há ainda o grande Geoff
Johns, um dos artistas mais expressivos da DC, como consultor de ambas as
histórias.
“The
Flash” é bem produzida e comandada, diretores experientes da televisão
como David Nutler e John Behring passaram pelos episódios. A representação da
velocidade e dos aspectos dos poderes dos vilões também funciona bem, mas o que
preocupa nesta primeira metade é a condução de parte dos roteiros. Óbvio que
por se tratar de um início a série fala sobre ambientação e adequação, mas o
tom do roteiro flerta muito a ação com uma parte de humor meio forçado e não
muito adequada a Barry Allen. Além disso, os personagens novos criados para a
série ainda não conseguiram se firmar, exceção feita ao Detetive Joe West
(Jesse L. Martin).
Já que “The Flash” tem uma relação direta com “Arrow” é simples
correlacionar os mesmos problemas apresentados nas duas primeiras temporadas do
arqueiro de Starling City, onde episódios muito bons eram divididos com outros
nem tanto assim, alternando a inspiração dos quadrinhos com flertes para
agradar um possível novo público. “Arrow” só começou a ficar realmente
interessante a partir da terceira temporada onde os personagens se consolidaram
e um caminho foi traçado. “The Flash”
sofre dessas mesmas questões e mesmo com a segunda temporada já confirmada,
resta saber se terá fôlego para alcançar um nível melhor de qualidade.
A confirmar.
Nota:
6,0
Hotsite da série: http://www.warnerchannel.com/br/flash
Assista a um trailer legendado:
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