É cada vez maior o número de
pessoas que já utilizaram algum jogo eletrônico na vida. Isso inclui desde
aqueles que jogavam Atari nos anos 70/80 até os que jogam hoje em consoles de
última geração passando por toda uma gama de pessoas que na tela do computador
ou do celular se divertem em algum joguinho gratuito, simples e viciante. O
mundo dos games nunca foi tão vasto, tão rico e tão presente como nos dias
atuais e a sua evolução é cada vez mais acentuada.
“Video Games: O Filme” (“Video
Games: The Movie”, no original) é um documentário lançado esse ano (está
disponível no Netflix) e ambiciona mostrar essa evolução. Dirigido e escrito
por Jeremy Snead em seu primeiro longa-metragem, conta com a narração de Sean
Astin (o eterno Sam de “O Senhor dos Anéis”). Divide-se entre animações dos
jogos e depoimentos de notáveis do ramo como Nolan Bushnell, co-fundador da
Atari (junto com Ted Tabney), além de entusiastas como o ator Zach Braff e o
escritor Ernest Cline (de “Jogador No. 1”).
O documentário foca
principalmente nos jogos para consoles e atravessa as décadas indo e voltando
sem muita preocupação. Volta lá atrás nos anos 60 para o jogo que é considerado
o primeiro de todos, o “Spacewar”, elaborado no MIT por Steve Russell para
jogar em um computador chamado PDP-1. Fala do clássico “Pong” e outros tão
clássicos quanto ele como “Space Invders”, “Pac-Man”, “Zelda” e “Asteroids”.
Fala também de empresas como a Sega e a Nintendo e consoles como o Playstation
e Xbox.
“Video Games: O Filme” acerta bem quando focaliza no mercado dos
games, no poder financeiro oriundo deste e dos milhões gastos anualmente com
inovação. Faz-se destacar que esse mercado aprendeu com a crise da metade dos
anos 80, quando houve uma saturação e uma oferta muito maior que a demanda
culminando no histórico caso das milhares de cópias do jogo baseado no filme
“E.T” arremessadas em lixões nos Estados Unidos.
Acerta também quando invade a
área da cultura geek, dos torneios de games, das feiras, do relacionamento com
os fãs e principalmente na mudança de panorama social para quem joga. No final
tenta apontar um caminho (ainda que sem muito êxito) para onde os videogames estão
indo e o que esperar daqui a 10, 20 anos. Interatividade total? Cenários
futurísticos de inserção física ou mental? São perguntas que ficam no ar,
apenas com a certeza de que o mercado não deixará de avançar e já se mostra
mais que consolidado.
Porém, “Video Games: O Filme” peca também em vários aspectos. O primeiro é
olhar principalmente para os consoles e esquecer outras plataformas, um erro
grave para um documentário que visa traçar um cenário amplo e irrestrito.
Segundo, os depoimentos são sempre a favor, sempre com coisas positivas e
números que favorecem os games. Em uma narrativa imparcial isso deveria ser
feito de outra maneira. Mesmo assim, vale para quem quer entender mais desse universo já enraizado nos nossos tempos.
Nota: 6,0
Textos relacionados no blog:
- Literatura: “Jogador No. 1” –
Ernest Cline
Assista a um trailer:
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