A vingança é uma espécie de justiça
selvagem, escreveu o filósofo e escritor inglês Francis Bacon em meados do
século XVII. Essa frase pode ser tranquilamente direcionada a Frank Castle, mais
conhecido como Justiceiro, um dos personagens mais controversos dentro do
Universo Marvel. Vingança é o que moveu inicialmente esta ambígua figura que
depois a converteu em um deturpado senso de honra e de justiça, que
inegavelmente o transforma em um clássico anti-herói.
Criado nos anos 70, o Justiceiro
percorreu altos e baixos nos quadrinhos, mas mesmo assim se tornou uma peça
importante do mundo a que pertence. Entre outubro de 2009 e janeiro de 2010, a
Marvel também resolveu incluí-lo dentro da série intitulada “noir”, onde nomes
como X-Men, Homem-Aranha, Homem de Ferro e Demolidor (o melhor resultado
obtido) já haviam marcado presença. A Panini Comics publicou aqui no ano
passado um encadernado juntando as quatro edições no ano passado, usando o mesmo
molde dos demais.
A trama criada por Frank Tieri
(Wolverine, The Darkness) atravessa as décadas de 1910, 1920 e 1930, mas se
desenvolve realmente em 1935 na cidade de Nova York. Usa personalidades verdadeiras
do período para dar mais substância a história do jovem que perde o pai e com o
decorrer do tempo passa a percorrer criminosos sem perdão, a fim de vingar essa
morte. Assim como uma novela transmitida na cidade pelo rádio sai pelas ruas
caçando crimes e bandidos, tudo isso envolto a uma atmosfera sombria habilmente
criada por Paul Azaceta e Antonio Fuso.
Quem já está habituado as histórias
de Frank Castle não gostará tanto de “Justiceiro
Noir” (a não ser que seja um fanático). Mesmo com a utilização dos vilões
Retalho, Russo e Barracuda para uma melhor ambientação, o roteiro de Frank
Tieri é confuso, pouco violento (para os padrões do protagonista) e não explora
tanto alguns pontos fortes do personagem como a confiança e a audácia. Para
novatos talvez agrade mais, até mesmo por conta da formidável arte que resulta
na melhor parte desta minissérie.
Nota: 5,5
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