Depois do sucesso do filme dos
Vingadores e dos personagens envolvidos diretamente nele, a Marvel resolveu se
aventurar também no lucrativo mercado dos seriados televisivos. Sim, nesse mundão ninguém é lá muito besta e sendo assim o gancho para começar um novo produto
foi devidamente aproveitado. Para essa missão, a empresa utilizou a sua agência
de controle mundial, a S.H.I.E.L.D. (Strategic, Homeland Intervention,
Enforcement and Logistics Division), criada pelos respeitados Stan Lee e Jack
Kirby na segunda metade dos anos 60.
“Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D.” estreou em setembro do ano
passado e já passa dos 10 episódios da primeira temporada nesse momento.
Produzida pelos estúdios da ABC em parceria com a Marvel, a série foi elaborada
pelo experiente Joss Whedon (diretor do filme dos Vingadores, assim como da
sequência prevista para 2015), seu irmão Jed Whedon e Maurissa Anne Tancharoen
(de “Dollhouse”). Aqui no Brasil ela é transmitida pelo canal da Sony toda
quinta feira, às 21hs.
Centrada no renascido agente Phil
Coulson (Clark Gregg, que repete o papel feito nos filmes vinculados), o
seriado tem como objetivo a resolução de casos estranhos e desconhecidos que aparecem
em uma quantidade mais elevada depois da invasão alienígena vista no longa dos
heróis mais poderosos da Terra. Para tanto, ele junta um time que conta com os
braços e pernas de Melinda May (Ming-Na Wen) e Grant Ward (Brett Dalton), com a
mente da dupla de jovens gênios Fitz (Ian de Caestecker) e Simmons (a bela
Elizabeth Henstridge) e com as habilidades da hacker Skye (Chloe Bennet de
“Nashville”).
É justo
afirmar que em um primeiro momento a temática prometia, afinal a presença da
S.H.I.E.L.D. nos quadrinhos proporcionou em momentos distintos boas histórias
de traição, espionagem e heroísmo. Todavia, essa promessa inicial não dura
muito e cai logo nos capítulos de abertura. O tom com que as tramas são desenvolvidas
trafega entre as produções para a tevê com super-heróis dos anos 60, os
filmes da trilogia “Homens de Preto”, dramas novelescos e muita obviedade. Nem
as ligações com os filmes da franquia e as piadas internas sobre esses
assuntos conseguem redimir os episódios.
Essa ligação com as películas, aliás,
é que podia ser melhor explorada devido ao grande filão de oportunidades a
ser preenchido. Quando são aproveitados esses ensejos, isso é feito de modo
muito raso, pois a maior preocupação parece ser deixar a trama leve e agradável
para o maior público da televisão. Nomes de personagens (vilões e agentes) dos
quadrinhos até empolgam vez ou outra (como a Victoria Hand da atriz Saffra
Burrows), mas ainda assim surgem transformados e com outras correlações que não
as originais.
O que se vê em “Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D.”, na
realidade, é que o objetivo maior é manter o selo “Vingadores” na mídia (mesmo
indiretamente) e obviamente lucrar com o sucesso obtido. A qualidade, bom, a
qualidade é algo secundário. Esse objetivo, ao que parece, vem sendo
alcançado devido aos bons índices atuais de audiência, mesmo levando em
consideração a constante queda. Porém, o que a série deixa mesmo de legado é o
desapontamento de pegar um produto que poderia render absurdamente mais e não
conseguir (ou querer) fazer isso.
Nota: 4,0
Textos relacionados no blog:
- Televisão: “Os Vingadores” –Série Animada
- Cinema: “Capitão América – O PrimeiroVingador” – 2011
- Cinema: “Os Vingadores” – 2012
- Cinema: “Thor: O Mundo Sombrio”
- 2013
Mais sobre a série aqui: http://br.canalsony.com/programas/marvels-agents-shield
Assista a um trailer legendado:
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