quinta-feira, 7 de novembro de 2013

"Thor: O Mundo Sombrio" - 2013

“Thor” de 2011 era um filme que agradava mais a aqueles já habituados ao universo do personagem nos quadrinhos do que aos demais. O tarimbado e competente Kenneth Branagh acertou em algumas coisas na direção, como na recriação de Asgard e nas cenas de lutas, entretanto pecou em deixar pairando sobre o longa aquele clima de romance de novela, mesmo que se leve em consideração que lá na essência, a vida desse vingador sempre teve a mesa servida com boas porções dos temas que compõem qualquer produção novelesca.

“Thor: O Mundo Sombrio” é a continuação do filme de 2011. Lançado recentemente por aqui, chega logo após o sucesso do filme dos Vingadores no ano passado e mostra o Loki (Tom Hiddleston, o melhor em cena novamente) sendo preso por Odin (Anthony Hopkins) nas masmorras do reino, fato esse diretamente vinculado ao filme do grupo de heróis. Assim, as coisas parecem que estão tomando jeito e Thor (Chris Hemsworth) vai socando inimigos e arremessando seu martelo em algumas criaturas, para assim retornar com a paz nos Nove Reinos.

Mas, é lógico que a paz ia acabar, senão não teríamos filme, não é? E a trama que é apresentada para que essa tranquilidade recém instaurada termine, novamente arremessa um longa do personagem para o romance barato e trivial como desencadeador de todas as tragédias que se apresentarão. Jane Foster (Natalie Portman, que já foi muito mais bonita do que aqui) assume um papel de destaque total quando uma perigosa e antiga arma invade seu corpo enquanto ela corre atrás de anormalidades em Londres. Anormalidades, também conhecidas pelo nome de Thor.

O ressurgimento dessa arma perdida era o que o elfo negro Malekith (Christopher Eccleston) queria para despertar e traçar a vingança contra Asgard, que teve origem eras atrás pelas mãos de Bor (Tony Curran), pai de Odin, e logicamente, avô de Thor. Essa vingança representa nada mais, nada menos, que o fim do universo como conhecemos e para tentar impedir essas forças maléficas, o Deus do Trovão precisa se aliar com o próprio irmão renegado, o que representa na verdade a única parte realmente boa da continuação dirigida por Alan Taylor.

Sim, mas quem é Alan Taylor? Alan Taylor, o diretor que substitui Kenneth Branagh no comando, tem uma carreira quase inexpressiva no cinema, onde o maior destaque fica por conta de “As Novas Roupas do Imperador” de 2001, porém exibe uma alta rodagem na televisão. Por exemplo, já dirigiu episódios de séries do quilate de “Família Soprano”, “Guerra dos Tronos” e “Boardwalk Empire”. No entanto, essa alta experiência em outra seara não foi suficiente para fazer um bom filme, e até colabora em contrapartida para o péssimo resultado final, pois parece que ele quis fazer algo mais palatável e errou a mão.

Mais do que “Thor” de 2011, “Thor: O Mundo Sombrio” é um filme que só vai ter alguma graça (e olhe lá) para quem é bem fã dos quadrinhos e vai vibrar com as passagens de coadjuvantes como Fandral, Volstagg, Tyr, Hogun e Lady Sif, ou com a inclusão das criaturas de pedras (saca o Korg?), com a boa sacada com o Capitão América ou com a milésima aparição “escondida” de Stan Lee. Além disso, é mais um filme comum de ação, sem nada de excepcional, com uma trama fácil, soluções confusas, romance explorado sem inspiração, e atuações fracas, onde só Tom Hiddleston se sobressai no meio da mediocridade.

Aliás, é por causa de Loki, que ainda pode-se guardar – com receio, é verdade – um pouco de esperança para o próximo filme da franquia.

Nota: 5,0

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