A busca pelo novo. Por novos
lugares, novas cidades, novas oportunidades, novos mares. Quantos e quantos
povos não se definiram por isso ou tiveram isso como a peça motivadora para a expansão
de seus reinos na idade antiga ou para a própria consolidação de seus países na
idade moderna. O History Channel, com a destreza técnica que lhe é peculiar,
resolveu escolher um desses povos para servir de base para a primeira série que
coloca no mercado televisivo. “Vikings” estreou
lá fora em meados de março e chegou aqui no país no começo de agosto.
Com exibição nacional pelo canal
NetGeo, “Vikings” tem início por
volta do ano de 790 D.C e tem como personagem principal o fazendeiro, guerreiro
e saqueador Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel da série “The Beast”). A região da
Escandinávia, terra abrigada por nações como Suécia, Noruega e Dinamarca, serve
como palco para a ambientação histórica, sendo que a série se baseia mais nos
avanços e marchas do último país citado. Já com a segunda temporada garantida
devido ao sucesso de público nos EUA, a produção transita entre bons momentos e
outros nem tanto assim.
Do lado positivo temos a
caracterização da época nas vestimentas e lugares, assim como na ideologia,
mesmo que esta às vezes tente amenizar algumas atenuantes mais pesadas. A parte
da ação também convence, assim como o alicerce que norteia tudo que é a citada
busca pelo novo, traduzida na ideia fixa de Ragnar navegar por novos mares e
saquear outros lugares. Uma busca pela terra prometida, por assim dizer. Há de
se louvar também a boa carga religiosa contrapondo os deuses nórdicos (Odin,
Thor, Loki e cia.) e a religião católica, por exemplo. Uma boa visão de como
essa parte do mundo pensava e agia.
Porém, no meio da briga de Ragnar
contra o todo poderoso Earl Haraldson (Gabriel Byrne de “Os Suspeitos”) para
conseguir navegar por outras águas, uma parte incomoda um pouco. Tentando dar
um tom mais novelesco e criar tramas para atrair a atenção do público em geral,
o roteiro romantiza demais em determinados momentos e retira o foco dos avanços
e dramas de conquista para relações chatas e pesarosas. O mesmo erro que o
canal já havia cometido com a minissérie “Hatfields & McCoys” (já exibida
aqui, mas que continua passando vez ou outra).
Por conta disso, “Vikings” sempre que parece que vai
deslanchar acaba caindo de nível e não cumpre tudo aquilo que promete por esse fragilizado
desvio de foco. Idealizada por Michael Hirst, também criador de séries como
“The Tudors” e “Camelot” e roteirista de filmes como “Elizabeth” de 1999 e
“Elizabeth: A Era de Ouro” de 2007, essa romantização já era esperada para quem
conhece as produções citadas acima, porém a dose que aqui é aplicada vai mais
além e acaba diminuindo bem o resultado final.
Nota: 6,5
Mais informações no site do canal NatGeo: http://www.natgeo.com.br/br/especiais/vikings
Assista a um trailer legendado: