Uma bonita e triste história de
amor. Com enredo inicial que remete a tantos e tantos casos no decorrer dos
tempos. Rapaz conhece uma garota, que conhece o rapaz e assim se desencadeia uma
atração que torna praticamente impossível não tocar a vida juntos naquele
momento. Piegas? Sim, como deve ser o amor. Principalmente na juventude, antes
do cinismo e da proteção pessoal se estender como um manto invisível que proíbe
novas incursões no futuro. Foi assim a história de Astrid Kirchherr e Stuart Sutcliffe.
Para entender um pouco mais é
preciso voltar bem no tempo. Voltar para 1960 quando John Lennon, Paul
McCartney, George Harrison, Pete Best e Stuart Sutcliffe desembarcaram na
cidade de Hamburgo para levar adiante o sonho de ter uma banda de rock. Ali, no
princípio da história da maior banda de todos os tempos, houve também um conto
de amor e paixão. Em meio aos bares, prostituas e bebidas, os Beatles tinham uma
tremenda prova de fogo e viam o primeiro dos seus integrantes a abandonar o
barco.
Stuart não queria ser músico, mas
como tinha dentro de si uma efervescência pelo novo, pelo diferente, resolveu deixar
a escola de arte e aceitar o convite do amigo John e começar a tocar baixo,
mesmo sem saber nota alguma. Quando a banda chega à cidade de Hamburgo, ainda
sem Ringo Starr na bateria e com ele no baixo, eis que atravessa no seu caminho
a bela fotógrafa Astrid Kirchherr, que aos 22 anos cruzava a Alemanha do
pós-guerra exibindo independência e alguns sonhos dentro do jovem coração.
Dentro do sujo bar Kaiserkeller,
os dois tem o primeiro contato e a partir disso fica difícil não estar perto um
do outro. Com ajuda do amigo Klaus Voormann (que entre outras coisas fez a capa
do álbum “Revolver” dos Beatles e tocou baixo em discos de John Lennon e Lou
Reed), Astrid passa a se comunicar com o mundo de Stuart no intervalo das
apresentações da banda, onde clássicos dos anos 50 como “Roll Over Bethoven” e “Money”
são executados dia após dia por aqueles que um dia dominariam a música mundial.
Tudo isso está na boa graphic
novel “Baby’s in Black, o Quinto Beatle:
A História de Astrid Kirchherr e Stuart Sutcliffe”, escrita e desenhada
pelo alemão Arne Bellstorf, que originalmente foi lançada no seu país em 2010.
A HQ chegou ao Brasil no final do ano passado pela 8Inverso Graphics com 208
páginas e tradução da dupla Augusto Machado Paim e Cássio Pantaleoni e tem a
relação de amor do subtítulo como mote principal da trama, se dando ao luxo de
deixar os Beatles como meros coadjuvantes.
Um filme muito interessante sobre
essa época pré-Beatles é “Backbeat – Os 5 Rapazes de Liverpool”, registro de
1994 do diretor Iain Softley que conta com uma trilha sonora impecável e
arrebatadora (mais aqui: http://www.imdb.com/title/tt0106339).
Nele pode-se entrar um pouco mais no universo de Stuart Sutcliffe, que mesmo falecendo
em 10 de abril de 1962 por causas até hoje não identificadas totalmente, continua
tendo a sua história servindo de inspiração nos nossos dias.
Nota: 7,0
Veja um trecho diretamente do
site da editora, aqui.
Site do autor: http://www.bellstorf.com
Textos relacionados no blog:
- Quadrinhos: “O Pequeno Livro dos Beatles” – Hervé Bourhis
- Cinema: “O Garoto de Liverpool”
(2010)
- Quadrinhos: “Johnny Cash – Uma Biografia”
– Reinhard Kleist
Nenhum comentário:
Postar um comentário