Phil Spector foi uma figura muito
marcante no cenário musical dos Estados Unidos, principalmente nas décadas de
60 e 70. Como compositor e produtor emplacou sucesso atrás de sucesso. Do seu
repertório saíram canções como “Be My Baby” com as Ronettes e “Unchained Melody”
com os Righteous Brothers. Além disso, trabalhou com os Beatles no fatídico “Let
It Be” e posteriormente com John Lennon, George Harrison, Ramones e Leonard
Cohen, entre tantos outros.
Em 2003, já com 60 e poucos anos
e bem mais recluso do que na época de ouro, foi acusado da morte da atriz Lana
Clarkson, a qual teria levado para a sua mansão, colocado uma arma na boca dela
e atirado. No segundo julgamento ocorrido no ano de 2009, foi condenado pelo
júri e cumpre seus anos de prisão no estado da Califórnia. Foi em cima dessa
história que o experiente diretor David Mamet resolveu ambientar o filme “Phil Spector”, mais precisamente na
fase do primeiro julgamento.
David Mamet é mais conhecido pelo
seu trabalho como roteirista em filmes como “O Veredicto” de 1982, “Os
Intocáveis” de 1987 e “Mera Coincidência” de 1997. Em “Phil Spector” ele também assume essa tarefa. Com produção da HBO
voltada para a televisão, o longa começou a passar nos canais da rede aqui no
Brasil recentemente. Com Al Pacino no papel do personagem principal, traz ainda
Helen Mirren (“A Rainha”) como Linda Kenney Baden e Jeffrey Tambor (da série “Arrested
Development”) como Bruce Cutler. Ambos, advogados.
Em pouco mais de uma hora e meia
o que vemos é um trabalho que não encontra forças para se afirmar. Fica no meio
termo entre ser um filme de tribunal e uma rasa biografia. Enquanto filme de
tribunal não apresenta nada de novo e não se sobressai, pois não gera tensão
alguma, uma vez que já se sabe o resultado final da jornada. Como biografia,
deixa ainda mais a desejar, pois simplesmente “arremessa” alguns dados da
carreira de Phil Spector, utilizando esses dados mais como adereço do que
informação.
De bom em “Phil Spector”, só mesmo a dupla Al Pacino e Helen Mirren, mas
mesmo assim eles não conseguem salvar o trabalho. Em meio as perucas e
pensamentos não muito conexos da figura retratada, Al Pacino mostra todo seu
talento, ainda que atrapalhado pelo insosso roteiro e a incipiente direção de
David Mamet. E, vá lá, para dizer que não tem mais nada, tem uma boa tirada
envolvendo o “Let It Be” e Paul McCartney. Porém, é somente isso e nada mais.
Um tremendo desperdício do personagem que dá nome ao filme.
Nota: 5,5
Assista aqui ao trailer (em
inglês):
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