Uma quantidade considerável de
séries se inicia a cada ano. Some-se isso a aquelas séries que conseguiram
vencer a primeira temporada e estão levando adiante suas tramas e ideias. A
briga entre produtoras e redes de televisão tem sido acirrada para explorar
esse filão que tem se mostrado bastante lucrativo. Para o telespectador fica
praticamente impossível acompanhar tudo que o mercado lhe despeja de modo
contumaz e tanto faz se ele consume diretamente dos canais a cabo ou usando os
sites de compartilhamento de arquivos que a internet dispõe.
Como quantidade, na grande
maioria das vezes, não é sinônimo de qualidade, muitas dessas séries são bem
fracas e nem conseguem suplantar a primeira temporada. Algumas até avançam mais
do que isso, porém amarradas mais em motivos específicos de nicho de mercado ou
moda da vez, do que propriamente qualidade. Dentro desse universo, um trabalho
que consegue se sobressair (e fora do circuito HBO, onde o nível é sempre alto)
é “The Following”, que estreou no
Brasil em 21 de fevereiro e passa no Warner Channel às quintas-feiras.
Criada por Kevin Williamson de
séries como “Vampire Diaries” e “Dawson’s Creek” (que ficam naquele grupo do “fizeram
sucesso, mas não eram lá muita coisa“), “The
Following” é encabeçada por Kevin Bacon (de “Sobre Meninos e Lobos” e “O
Lenhador”), mais um ator de cinema que investe em uma carreira na televisão, o
que já rendeu frutos para outros atores, sendo uma boa parte da sua geração. No
entanto, quem rouba a cena e dita o ritmo das histórias é James Purefoy, de trabalhos
bons como a série “Roma” e coisas sofríveis como “Sangue e Honra”.
James Purefoy encarna o professor
universitário Joe Carroll, um apaixonado pela literatura de Edgar Allan Poe que
se transforma em um serial killer com uma pequena lista de assassinatos. No
momento inicial ele se encontra preso, obra do personagem de Kevin Bacon, o
agente afastado do FBI Ryan Hardy. Até chegar a prisão do assassino anos antes,
Hardy passou por um processo lento de análise e montagem das peças do
quebra-cabeça e não saiu impune disso, pois devido a um ferimento nessa caçada
acabou por ter um marcapasso cravado dentro do peito.
E quando Joe Carroll subitamente
foge da prisão, o FBI novamente requisita os serviços de Ryan Hardy que (não podia
ser diferente) está quase acabado, se afogando em culpa, depressão e uma boa
quantia de álcool. Envolvido de novo com a adrenalina da perseguição a um
criminoso, o ressuscitado agente mal imagina que está apenas entrando na superfície
de um caso com proporções muito maiores e que contará com o envolvimento de
diversos outros personagens em uma espécie de seita que se reúne para adorar a
visão e os modos do ex-professor.
“The Following” tem seus defeitos, como investir em soluções
amplamente já utilizadas antes tanto no cinema quanto na televisão, como também
não explicar muito bem as limitações que o marcapasso de Ryan Hardy lhe impõe. Como
se trata de um foco específico (a busca pelo assassino), preocupa também a
questão da renovação, para que as coisas não se repitam em um loop eterno que
acabará por cansar o telespectador. No entanto, nos episódios da série até
agora, não é isso que se vê. O ritmo alucinante e as alternâncias de poder
funcionam muito bem.
Outros atores têm destaque como Shawn
Ashmore (da trilogia “X-Men”), Valorie Curry (de “Veronica Mars”) e Debra
Parker (Annie Parisse de “Person Of Interest”), contudo é em cima do vilão de
James Purefoy que tudo flui. Joe Carroll é daqueles vilões que com charme,
carisma e inteligência conseguem conquistar certa torcida, mesmo com todas as
bússolas morais apontando para uma direção contrária. Com episódios fortes,
onde a tensão e o suspense são rotineiros, a série alcança o desejado patamar
de deixar aquele gosto de “quero mais” a cada semana.
Nota: 8,0
Site oficial: http://www.warnerchannel.com/series/thefollowing
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Assista a um trailer legendado:
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