segunda-feira, 11 de março de 2013

"Adam Green & Binki Shapiro" - Adam Green & Binki Shapiro - 2013


O amor não anda correspondendo? A vida amorosa está repleta de frustrações e decepções? O romance acabou e os motivos não passam nem perto de serem claros? Bom, fique calmo e tranquilo que seus problemas acabaram. Pelo menos, em parte. Adam Green e Binki Shapiro não trarão o seu amor de volta ou ajustarão seus passos na trilha tortuosa da paixão, mas pelo menos proporcionam uma boa trilha sonora para curtir aquela fossa, pensando em tudo aquilo que você não quer pensar.

“Adam Green & Binki Shapiro” é um álbum que reúne o músico que ficou conhecido com “Anyone Else But You”, a canção que apareceu muito bem no filme “Juno” (quando ainda fazia parte do Moldy Peaches), com a vocalista do Little Joy, banda-projeto com Fabrizio Moretti (The Strokes) e Rodrigo Amarante (Los Hermanos) que lançou disco em 2008 e causou certo furor durante um período. Com 10 canções em menos de 30 minutos, o disco teve lançamento no final de janeiro pela Rounder Records.

A sonoridade é claramente inspirada nos anos 60, mas também apresenta uma boa porção do indie pop recente da última década. Algumas canções lembram os duetos de Alun Woodward e Emma Pollock da banda escocesa Delgados e, guardada todas as devidas proporções, as participações da Nico nos discos do Velvet Underground. O casamento entre um vocal mais forte e outro mais delicado e terno oferece ao ouvinte bons resultados, apesar de um pouco de repetição no tom das letras.

Essas letras falam sobre o amor estar escondido no lugar errado (“Here I Am”), de um amor que não era para a pessoa (“Just To Make Me Feel Good”), assim como em traição (“Pity Love”) e desperdício de tempo (“Don't Ask For More”). As melhores faixas são a irritada e desiludida “Casanova” e “If You Want Me To”, onde Binki Shapiro faz um desafio ao amado. Com tom calmo e tranquilo, a única passagem mais agitada é “What's the Reward” que fala sobre finalmente atingir o fundo do poço.

“Adam Green & Binki Shapiro”, o disco, é agradável, porém deve ser dosado na sua audição, pois acaba cansando quando se repete no player. Para a carreira dos dois envolvidos, sem dúvida representa um avanço e acaba se constituindo em um projeto que merece um novo registro posteriormente. Enquanto não sabemos se isso vem, e caso alguma das situações descritas no primeiro parágrafo estiverem acontecendo, é só ligar o som e deixar a melancolia assumir o lugar que lhe é de direito vez ou outra.

Nota: 7,0


Assista ao clipe de “Just To Make Me Feel Good”:



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