Em 2010 a escritora e fotógrafa
Bruna Fonte publicou um livro sobre um dos fundadores da bossa nova intitulado “O
Barquinho Vai... Roberto Menescal e suas histórias”. De leitura rápida e
prazerosa continha alguns causos de um dos participantes mais importantes do
movimento, além de simpáticos depoimentos. A iniciativa gerou em 2012 uma
espécie de irmão. “Essa Tal de Bossa
Nova” exibe novamente a parceria e se ambienta mais ou menos nos mesmos moldes
de antes.
Com 160 páginas e lançamento pela
Editora Prumo, o livro serve para comemorar os 50 anos do histórico show da
turma da bossa nova no Carnegie Hall em Nova York, assim como os 75 anos de vida
de Roberto Menescal. A obra é dividida basicamente em duas partes, onde a
primeira conta histórias do nascimento e crescimento da música que tomou conta
do mundo, enquanto a segunda traz fatos da época em que o homenageado era
diretor artístico da gravadora Polygram.
O livro tem como objetivo ser leve
e descontraído, e consegue isso, apesar de às vezes parecer pueril e ingênuo
demais, o que acaba atrapalhando um pouco. Têm pequenas seções dentro dos
capítulos e vários “top five”, contendo tópicos como “O Rio de Janeiro em cinco
músicas” ou “Tom Jobim em cinco duetos”, não se preocupando somente com a bossa
nova e expandindo horizontes para gêneros como o tango, por exemplo, além de
indicar álbuns para serem escutados.
Uma das coisas mais latentes do
livro é que entre notas divertidas e curiosas sobre artistas tão díspares como
Raul Seixas e Sidney Magal, fica demonstrado a alienação parcial de uma parte
(da qual Menescal é integrante) da bossa nova com fatos alheios ao seu mundo de
praia, música, mar, sol e alegria. A mostra mais clara disso fica quando a
ditadura tem início no país e as coisas começam radicalmente a mudar e versos
como “dia de luz, festa de sol” não
tem mais como existir.
“Essa Tal De Bossa Nova” é um livro sem pretensões maiores e acaba
funcionando justamente por isso, não devendo ser encarado como uma obra ampla
ou essencial. É livro para ler em uma tarde ensolarada. As cores geralmente são
as mais risonhas possíveis e coisas pesadas passam longe de ser colocadas no
papel. Isso reflete bem a personalidade de Roberto Menescal, um músico e
produtor importante da história nacional, que sempre levou a vida com um
sorriso no rosto.
P.S: O livro ainda traz textos de nomes como Nelson Motta,
Paulo Coelho, Stacey Kent e Ivan Lins.
Nota: 6,5
Site oficial de Roberto Menescal: http://www.robertomenescal.com.br
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