Bob Mould tem uma lista primorosa
de serviços prestados a música. Desde o final dos anos 70 quando montou o
Husker Dü, nunca deixou de produzir e gravar discos. No decorrer desse caminho,
a primeira banda acabou, ele montou o Sugar que também acabou e então abraçou
de vez a carreira individual. O seu rock agressivo, porém com fartas doses de melodia,
influenciou um bocado de gente relevante dentro do cenário (como Kurt Cobain do
Nirvana, por exemplo).
No entanto, fazia tempo que Bob
Mould não lançava um trabalho realmente enérgico e com um nível de excelência
espalhado completamente por todas as faixas. Talvez, isso não ocorresse desde “The
Last Dog And Pony Show” de 1998. Isso muda com “Silver Age”, o décimo (ou décimo-primeiro, dependendo da visão)
registro solo da carreira. Com apenas ele na guitarra, Jason Narducy no baixo e
Jon Wurster na bateria, o resultado é potente e eficaz.
Essa, digamos assim, retomada da
melhor forma, passa por alguns motivos que valem ser citados. Em 2011 ele
participou do (ótimo) disco “Wasting Light” do Foo Fighters, cantando e tocando
guitarra em “Dear Rosemary”. No mesmo ano recebeu uma bonita homenagem em show de
nomes como Craig Finn (The Hold Steady) e durante 2012 saiu excursionando
tocando o “Copper Blue” de 1992 do Sugar na íntegra, em comemoração aos 20 anos.
Isso mexeu com a vontade.
“Silver Age” exibe 10 faixas em quase 40 minutos e trabalha nas
letras temas como dúvidas sobre o caminho seguido e desesperança com o mundo a
nossa volta, mas quase sempre ostenta no final um sentimento de ir em frente,
de não baixar a cabeça. Isso acontece em faixas como “Star Machine” e a canção
que dá nome ao trabalho, por exemplo. O pano de fundo sonoro disso tudo é um
rock básico envolto ao punk e ao garage, com aquela conhecida proporção pop.
Algumas canções desse “Silver Age”
são verdadeiras aulas. Tente escutar “The Descent” e “Briefest Moment” e não lembrar
o Foo Fighters, ou “Angels Rearrange” e não remeter a bandas de punk-pop.
Depois de álbuns bons mas não tão brilhantes assim (como os últimos “District
Line” de 2008 e “Life And Times” de 2009), Bob Mould volta a grande forma e até
canta nos versos finais da última faixa “First Time Joy”, um “aqui vamos nós de novo”. Que bom. A
música agradece.
Nota: 8,5
Site oficial: http://bobmould.com
Facebook: http://www.facebook.com/bobmouldmusic
Textos relacionados no blog:
- Música: “District Line” (2008) – Bob Mould
- DVD: “BackAnd Forth” – Foo Fighters
Assista ao clipe de “The Descent”:
Um comentário:
bear grylls messer
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