O poder de um símbolo. O poder de
uma palavra que em uma definição ampla pode ser compreendida como um elemento
representativo evidente que por analogia substitui um objeto, conceito, ideia
ou qualidade. Ou ainda pode servir como definição, apoio ou emblema que
determine ações de indivíduos e da sociedade em termos gerais. É apoiado na
percepção de um símbolo que Christopher Nolan resolveu terminar sua trilogia
sobre o Batman.
“Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge” carregava uma incumbência
pesada no quesito expectativa, devido ao fato dos dois filmes anteriores - de
2005 e 2008 - terem sido exemplares, redefinindo com maestria toda a história
do morcego na grande tela, assim como ter sido capaz de inserir debates além da
esfera do mundo de um super-herói. Dar um final digno para essa trilogia e
manter o nível era uma tarefa que não transportava em si nada de simples.
O novo longa é situado oito anos após
o fim de “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, onde a cidade de Gotham consegue
sobreviver a toda insanidade do Coringa interpretado brilhantemente pelo
falecido Heath Ledger. Mas, essa sobrevivência custou caro. O preço foi a honra
e a vida do promotor Harvey Dent, além do sumiço do herói encapuzado retratado
como vilão para que a população tivesse no promotor assassinado um símbolo
plausível de verdade e justiça.
A Gotham depois desse tempo é uma
cidade onde o crime quase não tem lugar, uma vez que o governo impetrou ordem
devido a uma lei conflituosa no que tange aos direitos civis. O reflexo disso é
que o Batman é visto mais como uma lenda urbana e o Comissário Gordon (Gary
Oldman) precisa conviver com o fato de ser o único que sabe realmente a
verdade. Nesse cenário é que Bane (Tom Hardy) começa a desenvolver um plano
para sitiar a cidade.
O Bane de Nolan está a
quilômetros de distância da qualidade sofrível do personagem que apareceu no
fatídico “Batman e Robin” de 1997, no entanto incomoda um pouco pela sua
postura classicamente extrema de um vilão falastrão. Essa tendência a falar
demais não se assemelha tanto com a imagem criada nos quadrinhos (“A Queda do
Morcego”, principalmente), mas por outro lado acaba rendendo surpresas na
própria humanidade do quase imbatível assassino.
Mantendo personagens anteriores
como o Alfred de Michael Caine e o Lucius Fox de Morgan Freeman, o diretor
insere novos como o policial John Blake (Joseph Gordon-Levitt), a filantropa
Miranda Tate (Marion Cotillard) e a nova encarnação da Mulher-Gato vivida pela
bela Anne Hathaway, que mesmo ainda não sendo párea para Michelle Pfeiffer, obtém
um resultado convincente. No mais, Christian Bale enverga novamente com
intensidade a capa e a máscara.
Com a cidade ameaçada pelos
desmandos de Bane e com o perigo veemente de uma criação sua se voltar para
destruir tudo, Batman necessita não somente recuperar os baques físicos a que
foi infligido como também se superar e servir como a inspiração que tanto
reluta em apresentar. E é quando o mundo oferece uma quantia muito mais extrema
de trevas e desconfiança que Nolan e Bale trazem magistralmente o seu cavaleiro
armado e pronto para a sua última e derradeira luta.
Nota: 8,5
Matérias relacionadas no blog:
- Cinema: “Batman – O Cavaleiro das Trevas” (2008).
- DVD: “Batman – Ano Um” (2011).
- Quadrinhos: “Batman – O Longo Dia das Bruxas”.
- Quadrinhos: “Coringa”.
Assista ao trailer:
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