sexta-feira, 17 de agosto de 2012

"Batman - O Cavaleiro Das Trevas Ressurge" - 2012


O poder de um símbolo. O poder de uma palavra que em uma definição ampla pode ser compreendida como um elemento representativo evidente que por analogia substitui um objeto, conceito, ideia ou qualidade. Ou ainda pode servir como definição, apoio ou emblema que determine ações de indivíduos e da sociedade em termos gerais. É apoiado na percepção de um símbolo que Christopher Nolan resolveu terminar sua trilogia sobre o Batman.

“Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge” carregava uma incumbência pesada no quesito expectativa, devido ao fato dos dois filmes anteriores - de 2005 e 2008 - terem sido exemplares, redefinindo com maestria toda a história do morcego na grande tela, assim como ter sido capaz de inserir debates além da esfera do mundo de um super-herói. Dar um final digno para essa trilogia e manter o nível era uma tarefa que não transportava em si nada de simples.

O novo longa é situado oito anos após o fim de “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, onde a cidade de Gotham consegue sobreviver a toda insanidade do Coringa interpretado brilhantemente pelo falecido Heath Ledger. Mas, essa sobrevivência custou caro. O preço foi a honra e a vida do promotor Harvey Dent, além do sumiço do herói encapuzado retratado como vilão para que a população tivesse no promotor assassinado um símbolo plausível de verdade e justiça.

A Gotham depois desse tempo é uma cidade onde o crime quase não tem lugar, uma vez que o governo impetrou ordem devido a uma lei conflituosa no que tange aos direitos civis. O reflexo disso é que o Batman é visto mais como uma lenda urbana e o Comissário Gordon (Gary Oldman) precisa conviver com o fato de ser o único que sabe realmente a verdade. Nesse cenário é que Bane (Tom Hardy) começa a desenvolver um plano para sitiar a cidade.

O Bane de Nolan está a quilômetros de distância da qualidade sofrível do personagem que apareceu no fatídico “Batman e Robin” de 1997, no entanto incomoda um pouco pela sua postura classicamente extrema de um vilão falastrão. Essa tendência a falar demais não se assemelha tanto com a imagem criada nos quadrinhos (“A Queda do Morcego”, principalmente), mas por outro lado acaba rendendo surpresas na própria humanidade do quase imbatível assassino.

Mantendo personagens anteriores como o Alfred de Michael Caine e o Lucius Fox de Morgan Freeman, o diretor insere novos como o policial John Blake (Joseph Gordon-Levitt), a filantropa Miranda Tate (Marion Cotillard) e a nova encarnação da Mulher-Gato vivida pela bela Anne Hathaway, que mesmo ainda não sendo párea para Michelle Pfeiffer, obtém um resultado convincente. No mais, Christian Bale enverga novamente com intensidade a capa e a máscara.

Com a cidade ameaçada pelos desmandos de Bane e com o perigo veemente de uma criação sua se voltar para destruir tudo, Batman necessita não somente recuperar os baques físicos a que foi infligido como também se superar e servir como a inspiração que tanto reluta em apresentar. E é quando o mundo oferece uma quantia muito mais extrema de trevas e desconfiança que Nolan e Bale trazem magistralmente o seu cavaleiro armado e pronto para a sua última e derradeira luta.

Nota: 8,5

Matérias relacionadas no blog:

- DVD: “Batman – Ano Um” (2011).
- Quadrinhos: “Coringa”.

Assista ao trailer: 


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