53 anos de idade com 40 deles dedicados
à música. Durante 10 primaveras comandou o The Jam e passou mais 6 na frente do
Style Council. Desde o começo dos anos 90 partiu para uma carreira-solo bem
construída e que durante a última década rendeu 6 álbuns, sendo os dois últimos
ótimos trabalhos (“22 Dreams” de 2008 e “Wake Up Nation” de 2010). Frenético e
experimentalista para com a sua música, mantêm o novo como um recurso sem soar
deslocado ou aproveitador. Assim é o inglês Paul Weller.
“Sonik Kicks” é o fruto recente dessa extensa carreira e nas 14
faixas em que se apresenta alcança o mérito de deixar o nível elevado, ainda
que com algumas ressalvas aqui e ali. Na sucessão de bons registros gerados nas
últimas temporadas, Paul Weller provoca uma nova incursão pela miscelânea de
influências e ritmos que aprecia utilizar, partindo do rock inglês mais puro para
depois percorrer eletrônica, jazz, instrumental, reggae e pop. Uma mistura que
não azeda, mesmo que se produzam condições favoráveis para tanto.
Abre com a dançante e barulhenta “Green”
com palavras soltas e frases curtas e desse ponto pode se dividir tudo em pequenos
blocos. “Sleep Of The Serene” e “Twilight” habitam no campo daqueles breves
interlúdios instrumentais. “The Attic” e “Around The Lake” são curtas, com teor
pop camuflado, mas ao mesmo tempo urgentes e caóticas. No lado mais
experimental temos a fusão de jazz com reggae na climática “Study In Blue” e o
psicodelismo que pede passagem em meio as percussões de “Drifters”.
A categoria das baladas comparece
com “By The Waters” e a bonita (porém, piegas) “Be Happy Children”. Já a
devoção (que ele ajudou a criar, diga-se de passagem) pelo rock inglês vem com “The
Dangerous Age”, “When Your Garden’s Overgrown” e “Paperchase”, que mostram um
pouco da base usada pelo britpop. Não é a toa que Graham Coxon do Blur e Noel
Gallagher colaborem em algumas faixas, além da já citada “Drifters” ter Steve
Craddock do Ocean Colour Scene como parceiro de composição.
No contexto mais geral, pode-se
afirmar que o ponto mais significativo de “Sonik
Kicks” se situa na decisão de Paul Weller em continuar produzindo discos
frescos e contemporâneos, sem remoer glórias passadas. As boas canções são
filhas diretas desse posicionamento e isso vindo de um artista que tem pérolas
na carreira como “All Mod Cons” de 1978 (com o Jam) e “Wild Wood” de 1993 (solo).
Mesmo em uma idade perigosa, como cita em uma das faixas, ele prefere não se acomodar.
A música agradece.
P.S: Existe uma versão deluxe do disco que traz outras boas faixas
como “Starlite” e “Devotion”. Vale dar uma conferida.
Nota: 8,0
Site oficial: http://www.paulweller.com
Assista a uma versão ao vivo de “The Attic”:
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