segunda-feira, 30 de abril de 2012

"Sete Dias Com Marilyn" - 2012


Imagine ser um jovem de vinte e poucos anos iniciando uma carreira no cinema. Imagine que esse trabalho é vinculado a paixão por uma arte que lhe trará até a desconfiança da família. Imagine que logo na primeira inclusão de verdade nesse mundo, você seja assessor de um ator e diretor de inegável talento e acabe tendo como um dos serviços ciceronear uma estrela de primeira grandeza de Hollywood. Ah, e imagine isso nos anos 50 e colocando nos devidos papeis Laurence Olivier e Marilyn Monroe.

Se você conseguiu imaginar o cenário descrito acima, seja bem-vindo a vida do inglês Colin Clark.

Colin Clark passou por essa experiência nos primeiros passos da sua carreira cinematográfica (que o conduziria posteriormente ao segmento dos documentários) e depois registrou suas lembranças em livro, onde o filme “Sete Dias Com Marilyn” (“My Week with Marilyn”, no original) que estreia somente agora no Brasil, se baseou. No papel do jovem ingênuo e sonhador está Eddie Redmayne (de “O Bom Pastor”) em uma atuação que transpõe insegurança e empolgação na medida necessária.

O roteiro desenvolvido pelo experiente, mas não tão conhecido assim, Adrian Hodges, trata da ida do furacão Marilyn Monroe (Michelle Williams de “Namorados Para Sempre”) para a Inglaterra com o objetivo de gravar com Sir Laurence Olivier (vivido pelo diretor e ator Kenneth Branagh) um filme que receberia por aqui o título de “O Príncipe Encantado”. O trabalho em questão era do interesse de ambos e visava para ela mostrar um algo mais e para ele um retorno a bilheterias comparáveis ao seu talento.

O diretor de televisão Simon Curtis debuta no cinema mostrando habilidade ao conduzir a trama e guiar um núcleo de atores com Julia Ormond (“O Curioso Caso de Benjamin Button”), Toby Jones (“O Espião Que Sabia Demais”), Emma Watson (“Harry Potter”), Dougray Scott (“Missão Impossível 2”) e a sempre extraordinária Judi Dench. Aliando comédia e drama consegue estabelecer um bom ritmo, apesar de perder um pouco disso quando entra nos devaneios e dúvidas que permeiam os personagens.

“Sete Dias Com Marilyn” além de conversar sobre o início de um sonho e do confronto de percepções entre os lados envolvidos, trata de uma paixão impossível e avassaladora na mesma proporção. Isso dá a oportunidade de Michelle Williams incorporar em um trabalho vigoroso a mulher que foi sinônimo de glamour, sensualidade e beleza e que mesmo após anos da sua morte tem a fama atravessando as décadas. Depois de ver o longa, só dá para crer que realmente nunca houve mulher como Marilyn.

Nota: 7,0

Assista ao trailer:



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