Imagine ser um jovem de vinte e
poucos anos iniciando uma carreira no cinema. Imagine que esse trabalho é
vinculado a paixão por uma arte que lhe trará até a desconfiança da família.
Imagine que logo na primeira inclusão de verdade nesse mundo, você seja
assessor de um ator e diretor de inegável talento e acabe tendo como um dos
serviços ciceronear uma estrela de primeira grandeza de Hollywood. Ah, e
imagine isso nos anos 50 e colocando nos devidos papeis Laurence Olivier e Marilyn
Monroe.
Se você conseguiu imaginar o
cenário descrito acima, seja bem-vindo a vida do inglês Colin Clark.
Colin Clark passou por essa
experiência nos primeiros passos da sua carreira cinematográfica (que o conduziria
posteriormente ao segmento dos documentários) e depois registrou suas
lembranças em livro, onde o filme “Sete
Dias Com Marilyn” (“My Week with Marilyn”, no original) que estreia somente
agora no Brasil, se baseou. No papel do jovem ingênuo e sonhador está Eddie
Redmayne (de “O Bom Pastor”) em uma atuação que transpõe insegurança e
empolgação na medida necessária.
O roteiro desenvolvido pelo
experiente, mas não tão conhecido assim, Adrian Hodges, trata da ida do furacão
Marilyn Monroe (Michelle Williams de “Namorados Para Sempre”) para a Inglaterra
com o objetivo de gravar com Sir Laurence Olivier (vivido pelo diretor e ator Kenneth
Branagh) um filme que receberia por aqui o título de “O Príncipe Encantado”. O
trabalho em questão era do interesse de ambos e visava para ela mostrar um algo
mais e para ele um retorno a bilheterias comparáveis ao seu talento.
O diretor de televisão Simon
Curtis debuta no cinema mostrando habilidade ao conduzir a trama e guiar um núcleo
de atores com Julia Ormond (“O Curioso Caso de Benjamin Button”), Toby Jones (“O
Espião Que Sabia Demais”), Emma Watson (“Harry Potter”), Dougray Scott (“Missão
Impossível 2”) e a sempre extraordinária Judi Dench. Aliando comédia e drama consegue
estabelecer um bom ritmo, apesar de perder um pouco disso quando entra nos
devaneios e dúvidas que permeiam os personagens.
“Sete Dias Com Marilyn” além de conversar sobre o início de um
sonho e do confronto de percepções entre os lados envolvidos, trata de uma
paixão impossível e avassaladora na mesma proporção. Isso dá a oportunidade de Michelle
Williams incorporar em um trabalho vigoroso a mulher que foi sinônimo de glamour,
sensualidade e beleza e que mesmo após anos da sua morte tem a fama
atravessando as décadas. Depois de ver o longa, só dá para crer que realmente
nunca houve mulher como Marilyn.
Nota: 7,0
Assista ao trailer:
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