Tim Kring é um norte-americano nascido
em El Dorado County na Califórnia, Estados Unidos. Atualmente com 55 anos fez
carreira na televisão e criou séries como “Crossing Jordan” e principalmente como
“Heroes”. Nessa segunda, demonstrou habilidade para dirigir uma trama dramática
envolvendo pessoas com super poderes. Isso no começo, diga-se. Depois da
primeira temporada, a série começou a se perder e praticamente se arrastou até
a 4ª e última temporada.
“Touch” é a nova aposta de Tim Kring no segmento. Produzida pela
Fox, estreou aqui no Brasil mês passado e passa toda segunda-feira às 22 horas.
No comando dessa nova missão está Kiefer Sutherland, que aparece novamente na
frente de um projeto depois que “24 Horas” chegou ao fim. O ator interpreta
Martin Bohm, um ex-jornalista que perdeu a esposa no atentado de 11 de setembro
de 2001 e precisa se virar para cuidar do filho autista, que é arredio e de difícil
envolvimento.
O garoto Jake (David Mazouz)
carrega consigo uma espécie de dom que lhe transmite muita dor. Consegue através
de números visualizar eventos se desenrolarem antes de acontecerem e usa o pai
para tentar ser útil e salvaguardar coisas boas antes das ruins. Fazem parte da
trama também a bela Gugu Mbatha-Raw de “Larry Crowne - O Amor Está de Volta” como
uma assistente social e o velho Danny Glover de guerra, como um sábio guru que
entende o que Jake sente.
De acordo como a apresentação da
série, “Touch” é um “drama no qual ciência e espiritualidade se
juntam” e que são unidas por laços de vidas que “estamos destinados a afetar e alterar”. E basta um ou dois
episódios para se perceber a tremenda bobagem e desperdício de grana que isso
significa. Com enredo frouxo, sem sentido e nem um pouco cativante, tenta sem
sucesso olhar para a conectividade dos dias atuais e passar uma mensagem
positiva, mas que é totalmente tola.
São raros os momentos que a série
realmente funciona, por mais que chances lhe sejam dadas nos episódios que vão
se sobrepondo. Pelo contrário, parece que as coisas só pioram. Usando o pano de
fundo dramático da falta de comunicação entre pai e filho, passa por
neurociência, numerologia e até mesmo poderes do estado em relação ao cidadão
comum, mas se perde completamente na falta de profundidade que visa alcançar,
como também na aura “boazinha” que opta em espalhar.
Com tramas fracas e desfechos óbvios,
o elenco não deslancha e se prende a meras caricaturas. Kiefer Sutherland usa
as mesmas expressões angustiantes e de quem carrega o mundo nas costas que Jack
Bauer consagrou. Danny Glover, coitado, está patético. E o protagonista, o
garoto que prevê o futuro e cria amarras, não agrada e só aborrece. Com “Touch”, parece que Tim Kring não vai
ter tempo de piorar nada, pois isso parece impossível de ser alcançado. Que seja
um mérito.
Nota: 2,5
Site oficial: http://www.canalfox.com.br/br/series/touch
Assista ao trailer:
5 comentários:
Nossa Drico, acho que nunca lidastes com ninguém autista na tua vida né? Essa é a única coisa que eu posso imaginar diante desse teu comentário.
Eu gosto pra caramba da série e sem sacanagem nenhuma, ela é muito realista. O desfecho da temporada inclusive, foi ótimo.
Laurinha, realmente nunca lidei com ninguém autista na vida, porém não acho que isso tem a ver com o que escrevi. Em nenhum momento desmereço o esforço de quem tem quem lidar com isso diariamente, o que deve ser uma barra e tanto para os dois lados. Olhei somente pelo lado da criação, da obra em si. Para mim, a série é óbvia demais, o roteiro paternal e com desvios banais, além de trabalhos individuais bem ruins, principalmente do Mr. Bauer. Mas isso é apenas uma opinião pessoal, nada além disso. :)
Bem... como eu te disse antes, eu gosto bastante da série e a encaro como um bom retrato da realidade. O mais interessante disso tudo, é que autistas - claro que não todos, mas pelo menos o que eu conheço - se comportam exatamente como o Jake, que dissestes aborrecer. É muito complexo e irritante ser pai, parente, amigo ou qualquer outra coisa de um autista, pois eles não estabelecem relações humanas com as pessoas e nesse quesito, é normal que o pai, ainda mais ausente, seja um ser completamente perdido (como o Kiefer Sutherland). Por isso que eu acho que tem a ver com o teu comentário sobre a série. Não tem como não ser frouxo nesse sentido e tem que ser pouco conectado.
Bem melhor que "Touch" e sobre o mesmo tema, aconselho que assistas "Temple Grandin". Esse é um dos meus filmes prediletos sobre o tema e baseado em uma história real. Fabulosa a interpretação da Claire Jones.
Bom, Laura, você trata a questão por um viés bem pessoal pelo que percebi e eu escrevi somente pelo lado do trabalho em si, independente do tema tratado, como acho que textos devem ser feitos, sem envolvimento diretamente vinculado.
A relação pessoal extrai realidade, como dizes, no entanto o foco principal da série é para as amarras que ele vê por todo lado, as conexões, as previsões. Isso é ficção. Somente ficção e no meu entender, ficção mal feita. Honestamente não consigo classificar as atuações nem como razoáveis. Sutherland repetindo trejeitos, caras e bocas, o garoto que precisa criar empatia para um público geral (e não somente para quem conhece pessoas nessa situação)passa longe disso, o núcleo de coadjuvantes é pífio e as resoluções finais se anunciam na metade do episódio, quando não antes.
Enfim, repito novamente, é uma opinião pessoal sobre a obra em si e não sobre pessoas autistas. E por se tratar de trabalho artístico, é completamente subjetivo e cada pessoa enxerga da maneira que lhe cabe melhor.
Quanto ao "Temple Grandin", vou anotar aqui para caso me depare com ele por aí.
"E basta um ou dois episódios para se perceber a tremenda bobagem e desperdício de grana que isso significa. Com enredo frouxo, sem sentido e nem um pouco cativante... Com tramas fracas e desfechos óbvios, o elenco não deslancha e se prende a meras caricaturas. Kiefer Sutherland usa as mesmas expressões angustiantes e de quem carrega o mundo nas costas que Jack Bauer consagrou... E o protagonista, o garoto que prevê o futuro e cria amarras, não agrada e só aborrece."
What?!
Sério, ri MUITO dessas suas palavras ocas voltadas à série Touc.
Você só fala, não justifica, não preenche nenhuma delas ( e neste caso justificar sua abordagem exigiria fantasiar visto que integralmente tudo o que você diz respeitante à série não tem fundo real algum).
Você diz que é só uma opnião pessoal. Eu acrescento, é pessoal e cômica! Parece até que você e o Kiefer Sutherland mantinham uma espécie de relação intima e você ficou nervosinho ao vê-lo assumir uma perspectiva nova.
Os méritos de touch, meu caro, é definido a cada episódio e são solucionados progressivamente (como toda obra complexa: tanto literária, musical, ou cinematográfica).
A série deixa claro o fato de que os roteiristas sabiam muito bem onde pretendiam ir. Inicio, meio e fim. O piloto da série só aajudou a mostrar que esta veio para permanecer.
Verdade seja dita, Tim Kring como criador da trama deixou margem para que viessemos a considerar a chance de preservar uma pulga atrás da orelha, mas o piloto nada mais foi que um dedetizador de pulgas.
Quanto às interpretações... sem comentários, só é preciso assistir a série e avaliar por si mesmo.
Sério, ainda acho que voce e o Kiefer tem um caso. Ah tem.
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