sexta-feira, 20 de abril de 2012

Séries - "Homeland"


Um fuzileiro naval dado como morto em uma missão no Iraque é encontrado oito anos depois enclausurado em um quarto sujo. A euforia dos envolvidos na missão é extrema e representa não somente o resgate de um soldado, como também uma vitória na guerra particular contra o terrorismo que o governo dos Estados Unidos promove tendo a CIA como um dos condutores. Tudo lindo, maravilhoso e perfeito. Menos para a agente Carrie Mathison.

“Homeland” foi exibida nos USA pelo canal Showtime e começou a passar aqui no canal FX aos domingos às 22hs (onde trava batalha com séries como “Guerra dos Tronos” da HBO), chegando referendada por boas críticas e prêmios. Com Claire Daines (“Romeu + Julieta”) no papel da desconfiada agente que protagoniza a trama, apresenta-se mais uma vez o tema da paranóia e cuidados extremos que o governo impôs a população depois do fatídico 11 de setembro de 2001.

Damian Lewis (“Sua Alteza?”) interpreta Nicholas Brody, o militar desaparecido que precisa lidar com o retorno a um mundo bem diferente daquele que deixou. O primeiro desafio encontra-se logo na família. A esposa Jessica (Morena Baccarin da série “V”) e os filhos Dana (Morgan Saylor) e Chris (Jackson Pace) já estão levando a vida sozinhos há um tempo e a inesperada volta faz com que arranjos sejam refeitos e complicadas readequações se iniciem.

Enquanto o Sargento Brody é recebido pelo país (e políticos como o vice-presidente) de braços abertos, a agente Mathison acentua cada vez mais a pulga atrás da orelha. Com a ajuda do chefe e mentor Saul Berenson (Mandy Patikin) tenta ligar os pontos que levam essa volta com uma informação que ouviu quando trabalhava em Bagdá, antes de ultrapassar as barreiras da lei e ser deportada. Aliás, ultrapassar essas barreiras é quase uma constante na sua linha de operação.

“Homeland” é na sua essência um thriller de suspense é investigativo, que tenta livrar os USA de um novo ataque terrorista efetuado pela Al-Qaeda e em alguns momentos segue a conhecida linha de evolução instituída por “24 Horas”. Fora isso (e mais interessante, talvez) é um drama que trata de suportar o peso da vida e das suas ações, enquanto as coisas parecem ruir cada vez mais e um jogo sujo de bastidores e político começa a desempenhar importante papel.

Quase todos os personagens tem um outro lado escondido que precisam lidar se não quiserem sucumbir. Desde a filha adolescente que se droga com os amigos em busca de alivio até os segredos enterrados na alta cúpula do país, passando por traições familiares e doenças perigosas ocultas, fazendo de “Homeland” um prato cheio de hesitação, dúvidas e dubiedade e que na primeira temporada consegue casar bem a ação com os (vários) dramas pessoais embutidos.

P.S: “Homeland” é uma adaptação de uma séria israelense chamada “Hatufim/Prisoners Of War”.

Nota: 7,5


Assista ao trailer:


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