Existiam pelo menos algumas
maneiras de adentrar a sala para assistir “Os
Vingadores”. A primeira era como um consumidor dos quadrinhos da Marvel e
principalmente, nesse caso, do seu maior time de super-heróis. A outra era uma
como um membro da nova legião de admiradores que os filmes recentes da empresa
foram competentes em criar, ou ainda como alguém simplesmente atrás de um bom
filme de ação, com cenas bacanas de lutas e farta distribuição de explosões e
destruição para todos os lados.
Sou integrante da primeira turma.
Comecei a ler quadrinhos nos anos 80 e até hoje sou consumidor do segmento e
acompanho as aventuras dos Vingadores mensalmente. Com os filmes já apresentados
de maneira individual sobre o Homem de Ferro, Capitão América, Thor e Hulk,
percebeu-se que a história tomaria outros caminhos, com personagens como Gavião
Arqueiro e Viúva Negra bem presentes e uma mescla do tradicional com a série “Ultimate”
que visa recontar esse tradicional para as novas gerações.
Joss Whedon (“Buffy: A
Caça-Vampiros”) ficou com a missão de levar a história para a grande tela,
assim como amarrar e dar sentido as pontas que foram deixadas nos trabalhos solo.
Com exceção de Edward Norton como o verdão esmeralda (que foi substituído pelo
Mark Ruffalo), os demais atores voltaram aos seus personagens, dando seguimento
ao projeto. O nível de expectativa gerado pelas informações liberadas em textos
e notícias nos meios de comunicação, também foram úteis em deixar esse projeto
vivo.
No filme, a iniciativa Vingadores
é promulgada pelo líder da S.H.I.E.L.D Nick Fury, com o intuito primordial de
achar um cubo cósmico de imenso poder que está nas mãos de Loki, o irmão de
Thor, que o utiliza para jogar uma força alienígena sobre a Terra para causar
sua queda e conquistá-la. Aos poucos os heróis vão se envolvendo nesse
objetivo, com cada um com seu próprio motivo e tentando trabalhar juntos sem se
matar. E em tese isso basta para descrever a trama que se espalha por mais de
duas horas.
“Os Vingadores” não tem um roteiro excepcional, mas isso aqui
especificamente não faz tanta diferença, pois basta apenas ser competente. O
ponto mais alto do trabalho não é a história contada e sim como ela é contada.
Não era fácil obter conjunto com tantos protagonistas se esgueirando pelas
cenas e isso Joss Whedon conseguiu fazer. Por mais que algumas situações sejam meio
forçadas, como lutas mais comuns para enquadrar os mais fracos como a Viúva
Negra, isso não representou um desgaste ou incômodo.
Para quem não faz parte da primeira
turma citada acima, o filme pode funcionar menos e até será compreensível que
alguns considerem como apenas mais uma aventura de ação. “Os Vingadores” é um filme talhado e esculpido diretamente para
fãs, com uma provável abertura para um público maior, mas que funciona melhor
para quem teve uma parte da infância e adolescência estendida para a vida
adulta através dos quadrinhos. É nerd, pueril e raso, talvez. Porém, ainda
assim consegue ser um ótimo filme.
Nota: 9,0
Textos relacionados no blog:
Televisão: “Os Vingadores: Série Animada”
Cinema: “Thor”
Cinema: “O Incrível Hulk”
Cinema: “Homem de Ferro”
Cinema: “Homem de Ferro 2”
Assista ao trailer:
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