sexta-feira, 13 de abril de 2012

“God Bless Ozzy Osbourne” - 2011

Foram dois anos na cola de Ozzy Osbourne. Passando pelas residências nos Estados Unidos e Inglaterra e viajando por shows em vários países como Chile, Argentina e Nova Zelândia. O resultado dessa excursão foi “God Bless Ozzy Osbourne”, lançado ano passado lá fora e disponível em DVD e Blu-Ray aqui desde o começo do ano. Dirigido por Mike Fleiss e Mike Piscitelli, com o filho e a esposa do cantor envolvidos na produção, o documentário vai além de uma pedida só para fãs.

Com uma vida amplamente divulgada em diversos meios de comunicação durante a carreira (e utilizando isso como uma inteligente estratégia de marketing), à primeira vista não tem muito o que se esperar sobre um filme desse tipo, além de um tremendo mais do mesmo. E tem disso. Muito. Lá estão histórias conhecidas dentro do universo do rock em geral (e da música como um todo), além de todos aqueles clichês que circulam o tema para o bem e para o mal. No entanto, tem um pouco mais.

“God Bless Ozzy Osbourne” tem pouca música e opta em caminhar mais pela estrada da vida pessoal e suas consequências. É em cima disso que rende os melhores momentos. Abre com um aquecimento antes de um show em Buenos Aires e vai galgando as etapas da vida de Ozzy desde o início da paixão pela música com “She Loves You” dos Beatles, indo pelos tempos de Black Sabbath (onde para fazer parte ter uma PA de som contou mais que habilidade vocal) e disseca os anos da carreira-solo.

Como é comum em projetos desse tipo, os depoimentos servem para atestar a importância do músico dentro de um contexto amplo, como também auxiliam na linha de narrativa traçada. Aqui não é diferente. Além dos companheiros de Sabbath, Tony Iommi, Bill Ward e Terry Geezer Butler, aparecem Henry Rollins, Paul McCartney e John Frusciante, entre outros. Porém, essas incursões não se comparam em nada aquelas feitas pela família, mais particularmente a dos filhos.

Com anos a fio se deteriorando entre drogas e álcool, responsáveis diretos pelas sequelas de raciocíonio e coerência que apresenta hoje, mesmo que em escala bem menor do que em outras épocas como no tempo do seriado na MTV, esses vícios não respingaram na família, e sim deram um banho de ausência e comprometimento, se estendendo aos filhos. Aquilo que sempre pareceu cômico aos olhos externos (e foi avalista na venda de vários produtos) era na verdade, pura degradação.

De momentos raros “God Bless Ozzy Osbourne” traz pouco como uma apresentação parcial no programa Top Of The Pops em 1979, e diverte como na cena em que ele esculacha seus videoclips dos anos 80 ou Tommy Lee do Mötley Crüe narra uma odisséia em um quarto de hotel. Mas, se situa acima disso. É um retrato de um sobrevivente de uma vida extrema que hoje se dá ao despeito de escrever sobre saúde em um jornal inglês ou soltar frases piegas em entrevistas. Só os deuses sabem responder como.

Nota: 7,5

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