Nada mais natural para uma banda de
rock, que depois de dez anos de carreira e um disco recente que a alçou para um
número maior de pessoas, servindo como ingresso para sentar no grupo dos
grandes, opte-se em sequencia por lançar um registro ao vivo. O Decemberists,
grupo de Portland, Oregon, USA, seguiu esse caminho e o fruto é “We All Raise
Our Voices To The Air”, um cd duplo com 20 canções e que também está
disponibilizado em vinil triplo.
As gravações foram realizadas no
ano passado em 12 cidades distintas como Nashville, Atlanta, Seattle e a terra
natal. Nos concertos a formação oficial com Colin Meloy (vocal, violão e
guitarra), Chris Funk (guitarra), Jenny Conlee (teclado e arcodeão), Nate Query
(baixo) e John Moen (baterista), contou ainda com Sara Watkins (violino,
guitarra e vocal) como membro adicional e mais um naipe de metais que funciona
muito bem em faixas como “The Infanta”.
Com algumas pequenas liberdades
como junção entre músicas, os dois discos exibem 20 faixas que retratam toda a
carreira da banda até aqui. Da estreia “Castaways And Cutouts”(2002) tem duas, do
“Her Majesty”(2003) aparecem três, do “Picaresque”(2005) são quatro canções, do
“The Crane Wife”(2006) vem só a faixa título com suas três partes, do “Hazards
Of Love”(2009) apenas uma e do registro mais recente, o ótimo “The King Is Dead”(2011),
surgem sete.
Ainda temos “Oceanside”, música
de abertura do Ep “5 Songs” de 2003 e “Dracula’s Daughter” do disco “Colin
Meloy Sings Live”, que o líder do grupo lançou em 2008 (e que é apresentada lá
por ele como a pior música que já escreveu), aqui associada com “O Valencia! do “The Crane Wife”. É interessante observar
que a maioria das canções (11 no total) faz parte da, digamos assim, primeira
metade da história da banda, que não renega nenhuma das suas obras.
Vários são os momentos de luminosidade
como a versão intensa para “Leslie Ann Levine”, com Colin Meloy cantando quase um
conto sobre uma menina que nasceu em um desfiladeiro, morrendo logo depois, e
que 15 anos após isso não tem ninguém de luto por ela e fica vagando pelo
lugar. “Calamity Song” (introduzida com uma canção do final do mundo), “Down By
The Water”, “The Soldiering Life”, “Rox In The Box” e “The Rake's Song”, são
outros bons destaques.
Porém, nem tudo são flores em “We
All Raise Our Voices To The Air”. Das suítes com mais de 10 minutos que a banda
tanto gosta de fazer, apenas “I Was Meant For The Stage” funciona realmente. Além
disso, o repertório deixou de fora verdadeiras pérolas como “Here I Dreamt I
Was An Architect”, “The Engine Driver” e “The Gymnast, High Above The Ground”. Todavia,
isso não diminui o prazer, capricho e destreza que Colin Meloy e seu bando
executam suas bonitas canções.
Nota: 8,0
Tem texto sobre o disco “The King
Is Dead” no blog, aqui.
Site oficial: http://decemberists.com
Twitter: http://twitter.com/thedecemberists
Assista a banda ao vivo com “Calamity
Song” (em outra versão sem ser a do disco ao vivo):
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