O ex-presidente dos EUA John F.
Kennedy disse certa vez que “a mudança é a lei da vida, aqueles que olham para
o passado irão com certeza perder o futuro.” Essa frase simples e até mesmo óbvia
pode ser plenamente aplicada ao atual momento do músico Josh Rouse. Na batalha
desde “Dressed Up Like Nebraska” de 1998, o norte-americano de Paxton,
Nebraska, acumulou prestígio no circuito alternativo pelas suas canções
folk-pop com um pé no alt-country, porém optou em alterar o seu som nos últimos
anos e discos.
“Josh Rouse and The Long Vacations” é o novo testemunho dessa
mudança. Lançado no segundo semestre de 2011 é primeiramente encarado como um
projeto em conjunto com os amigos espanhóis Caio Bellveser e Xema Fuertes, mas
logo pode ser estendido para sua carreira-solo. Gravado em estúdio próprio na
cidade espanhola de Valência, conta com participações de músicos da região como
Raül Fernandez (theremin e piano), Robert DiPietro (bateria e percussão), Paco
Loco (guitarras) e Esteban Perles (percussão).
No disco “El Turista” de 2010, ele
não conseguiu convencer com a inclusão de uma latinidade maior, assim como de
uma extensiva percussão que parecia no final mais um batuque de gringo do que
outra coisa. No novo registro apesar desse clima ainda estar presente, chega
amenizado e melhor calibrado. O disco ainda é claro e luminoso, afinal o músico
chegou a afirmar recentemente que “não quer mais lançar discos tristes” e
consegue preservar o diferencial de Josh Rouse, que é o poder de forjar belas
melodias.
Com um clima leve e praiano entre
as castanholas bem dosadas da percussão ao fundo, “Diggin' In The Sand” é a
primeira faixa. Já “Movin' On” é uma bonita canção onde toda a categoria de
Josh Rouse é exibida, enquanto “Fine Fine” brinca com a bossa-nova e “To The
Clock, To The City” se rende ao pop dos anos 60. Na sequência temos a curta “Bluebird
St.”, onde é o piano que toma conta em uma tradicional canção americana, além
da igualmente curta “Lazy Days” que já permite se viajar na direção dos anos
40.
Encerrando o álbum aparece “Oh,
Look What The Sun Did!”, com castanholas novamente, mas menos jovial que antes,
assim como “Friend”, conduzida por um baixo acústico. A última é a alegre “Disguise”,
que mostra o quanto Josh Rouse está feliz nessa busca por novos sons, mesmo que
ainda não tenha encontrado a fórmula ideal. Como diria o incomparável Martin
Luther King: “pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida:
amor no coração e sorriso nos lábios”. Isso, parece que hoje Josh Rouse tem de sobra.
Nota: 6,5
Site Oficial: http://www.joshrouse.com
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Twitter: http://twitter.com/Bedroomclassics
Assista ao clipe de “Movin' On”:
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