quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

"Josh Rouse And The Long Vacations" - Josh Rouse And The Long Vacations - 2011


O ex-presidente dos EUA John F. Kennedy disse certa vez que “a mudança é a lei da vida, aqueles que olham para o passado irão com certeza perder o futuro.” Essa frase simples e até mesmo óbvia pode ser plenamente aplicada ao atual momento do músico Josh Rouse. Na batalha desde “Dressed Up Like Nebraska” de 1998, o norte-americano de Paxton, Nebraska, acumulou prestígio no circuito alternativo pelas suas canções folk-pop com um pé no alt-country, porém optou em alterar o seu som nos últimos anos e discos.

“Josh Rouse and The Long Vacations” é o novo testemunho dessa mudança. Lançado no segundo semestre de 2011 é primeiramente encarado como um projeto em conjunto com os amigos espanhóis Caio Bellveser e Xema Fuertes, mas logo pode ser estendido para sua carreira-solo. Gravado em estúdio próprio na cidade espanhola de Valência, conta com participações de músicos da região como Raül Fernandez (theremin e piano), Robert DiPietro (bateria e percussão), Paco Loco (guitarras) e Esteban Perles (percussão).

No disco “El Turista” de 2010, ele não conseguiu convencer com a inclusão de uma latinidade maior, assim como de uma extensiva percussão que parecia no final mais um batuque de gringo do que outra coisa. No novo registro apesar desse clima ainda estar presente, chega amenizado e melhor calibrado. O disco ainda é claro e luminoso, afinal o músico chegou a afirmar recentemente que “não quer mais lançar discos tristes” e consegue preservar o diferencial de Josh Rouse, que é o poder de forjar belas melodias.

Com um clima leve e praiano entre as castanholas bem dosadas da percussão ao fundo, “Diggin' In The Sand” é a primeira faixa. Já “Movin' On” é uma bonita canção onde toda a categoria de Josh Rouse é exibida, enquanto “Fine Fine” brinca com a bossa-nova e “To The Clock, To The City” se rende ao pop dos anos 60. Na sequência temos a curta “Bluebird St.”, onde é o piano que toma conta em uma tradicional canção americana, além da igualmente curta “Lazy Days” que já permite se viajar na direção dos anos 40.

Encerrando o álbum aparece “Oh, Look What The Sun Did!”, com castanholas novamente, mas menos jovial que antes, assim como “Friend”, conduzida por um baixo acústico. A última é a alegre “Disguise”, que mostra o quanto Josh Rouse está feliz nessa busca por novos sons, mesmo que ainda não tenha encontrado a fórmula ideal. Como diria o incomparável Martin Luther King: “pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios”. Isso, parece que hoje Josh Rouse tem de sobra.

Nota: 6,5

Site Oficial: http://www.joshrouse.com

Mais resenhas sobre o artista no blog: discos de 2006, 2007 e 2010.

Assista ao clipe de “Movin' On”:



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