Passando na frente de um
cemitério abandonado, um homem encontra fantasmas solitários que lhe chamam não
para fazer mal, mas para ser apenas companhia, liberando assim um pouco da sua
tristeza. O bluesman Big George Carter contou essa história na canção “Ghost
Woman Blues” que o The Low Anthem, grupo de Providence em Rhode Island nos
Estados Unidos, utiliza para abrir o seu terceiro álbum de estúdio intitulado “Smart
Flesh”.
Nessa releitura, o vocal de Ben Knox Miller ganha basicamente a singela companhia dos backing vocals de Joice Adams, junto com um piano acústico e um leve sopro. Assim, a banda que estreou tão bem em 2007 com “What The Crow Brings” tenta voltar a boa forma. É bom ressaltar que entre esses dois discos, teve o “Oh My God, Charlie Darwin” que arrancou críticas elogiosas, mas na verdade parecia perdido entre o folk rock e um enérgico blues.
Em “Smart Flesh”, Ben Knox Miller, Jeff Prystowsky, Joice Adams e Mat Davidson (que já saiu para entrar Mike Irwin), buscam voltar para o clima da estreia, só que em uma velocidade menor e baseados quase que sempre em violas, banjos, pianos e pouca bateria. As influências de Neil Young, Tom Rush, Bert Jansch e Mojave 3 percebidas anteriormente, agora ganham a companhia de outras como James Taylor, Tom Waits e até mesmo Fleet Foxes.
O disco quase todo é sobre temas tristes e pouco convidativos. Em “Apothecary Love”, um porre ao lado de uma solitária garota de olhos tristes e fardos nas costas é contado. Em “Matter Of Time” a letra fala que é apenas uma questão de tempo para tudo dar errado, enquanto em “Burn” se presencia a queda perante um mundo cruel que não dá a chance de se tornar aquilo que se poderia ser. Até a instrumental “Wire” é tema para cortar os pulsos em um dia ruim.
O tema só muda um pouco na explosão de guitarras e vocal gritado de “Boeing 737”, apresentando um voo enquanto as torres caem no 11 de setembro de 2001. Momentos distintos também ficam com a satírica “Hey, All You Hippies!”, com direito a guitarras e que invoca Ronald Reagan e diz para os filhos da geração do amor dar um tempo nas suas besteiras, assim como em “I'll Take Out Your Ashes” misturando culpa e mal de Alzheimer com ovos e bacon.
Com “Smart Flesh” o Low Anthem faz um disco perfeito para aquele momento da vida em que o mundo desaba e a tristeza toma conta de tudo. Aqueles dias em que mesmo tentando levantar a vontade é enfiar mais ainda a cara na vala da melancolia. Mesmo que vez ou outra o alvo se vire de modo cínico para religiões, famílias e vida cotidiana, a maioria das canções trata sobre fases nada ostentáveis de qualquer vida. Ouça, mas guarde os objetos cortantes antes.
Site oficial: http://www.lowanthem.com
Assista o bonito clipe de “Ghost Woman Blues”:
Nessa releitura, o vocal de Ben Knox Miller ganha basicamente a singela companhia dos backing vocals de Joice Adams, junto com um piano acústico e um leve sopro. Assim, a banda que estreou tão bem em 2007 com “What The Crow Brings” tenta voltar a boa forma. É bom ressaltar que entre esses dois discos, teve o “Oh My God, Charlie Darwin” que arrancou críticas elogiosas, mas na verdade parecia perdido entre o folk rock e um enérgico blues.
Em “Smart Flesh”, Ben Knox Miller, Jeff Prystowsky, Joice Adams e Mat Davidson (que já saiu para entrar Mike Irwin), buscam voltar para o clima da estreia, só que em uma velocidade menor e baseados quase que sempre em violas, banjos, pianos e pouca bateria. As influências de Neil Young, Tom Rush, Bert Jansch e Mojave 3 percebidas anteriormente, agora ganham a companhia de outras como James Taylor, Tom Waits e até mesmo Fleet Foxes.
O disco quase todo é sobre temas tristes e pouco convidativos. Em “Apothecary Love”, um porre ao lado de uma solitária garota de olhos tristes e fardos nas costas é contado. Em “Matter Of Time” a letra fala que é apenas uma questão de tempo para tudo dar errado, enquanto em “Burn” se presencia a queda perante um mundo cruel que não dá a chance de se tornar aquilo que se poderia ser. Até a instrumental “Wire” é tema para cortar os pulsos em um dia ruim.
O tema só muda um pouco na explosão de guitarras e vocal gritado de “Boeing 737”, apresentando um voo enquanto as torres caem no 11 de setembro de 2001. Momentos distintos também ficam com a satírica “Hey, All You Hippies!”, com direito a guitarras e que invoca Ronald Reagan e diz para os filhos da geração do amor dar um tempo nas suas besteiras, assim como em “I'll Take Out Your Ashes” misturando culpa e mal de Alzheimer com ovos e bacon.
Com “Smart Flesh” o Low Anthem faz um disco perfeito para aquele momento da vida em que o mundo desaba e a tristeza toma conta de tudo. Aqueles dias em que mesmo tentando levantar a vontade é enfiar mais ainda a cara na vala da melancolia. Mesmo que vez ou outra o alvo se vire de modo cínico para religiões, famílias e vida cotidiana, a maioria das canções trata sobre fases nada ostentáveis de qualquer vida. Ouça, mas guarde os objetos cortantes antes.
Site oficial: http://www.lowanthem.com
Assista o bonito clipe de “Ghost Woman Blues”:
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